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Banco de Inglaterra mantém juros em mínimos históricos

A manutenção da taxa de juro no valor mais baixo de sempre permitirá a David Cameron tornar-se no primeiro chefe de Governo a concluir um mandato completo sem qualquer alteração nos custos de empréstimos desde o trabalhista Clement Attlee em 1950.

Bloomberg
09 de Abril de 2015 às 13:09
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O Banco de Inglaterra confirmou esta quinta-feira que irá manter inalterada a taxa de juro directora no mínimo histórico de 0,5%. Adoptada em Março de 2009, a não alteração desta taxa de juro permitirá ao primeiro-ministro David Cameron afirmar-se como o primeiro chefe de governo britânico a concluir um mandato de cinco anos com os juros inalterados depois do trabalhista Clemente Attlee.

 

Se em 1950 Attlee teve de debater-se com as dificuldades da recuperação no pós-guerra, desta feita foi a crise financeira e as suas consequências a obrigar a autoridade monetária britânica a manter já pelo 73º mês consecutivo os juros em mínimos históricos.

 

Apesar dos sinais de recuperação da economia inglesa terem levado o ministro das Finanças George Osborne a rever em alta as perspectivas de crescimento do produto interno bruto (PIB) de 2,4% para 2,5% este ano, e de 2,2% para 2,3% em 2016, a acentuada descida do preço do petróleo, segundo escreve a agência Bloomberg, deverá deixar a taxa de inflação próxima de zero. Ainda assim, os oficiais ingleses acreditam que os preços deverão subir no final deste ano.

 

O governador do banco central, Mark Carney, referiu recentemente que a próxima alteração que vier a ser feita na taxa de juro passará, certamente, pela subida da mesma.

 

No entanto, para além dos níveis de inflação no Reino Unido, também a indefinição política que poderá resultar das eleições marcadas para o próximo dia 7 de Maio, é um factor que contribui para a decisão do banco central inglês de manter a taxa de juro nos 0,5%.

 

O Partido Conservador de Cameron e o Partido Trabalhista, liderado por Ed Miliband, seguem empatados nas sondagens, parecendo cada vez mais certo que nenhum dos dois maiores partidos britânicos conseguirá alcançar uma maioria parlamentar. Tal deverá obrigar à procura de acordos de coligação, o que a não acontecer poderá redundar no primeiro governo minoritário desde a década de 1970.

 

Já esta quinta-feira foram avançados dados algo contraditórios no que diz respeito à evolução do produto britânico. Se o Markit Economics referiu que o PIB poderá ter acelerado de 0,6% para 0,7% no primeiro trimestre deste ano, a Câmara do Comércio disse hoje que a economia britânica poderá estar a perder ritmo.

 

A contribuir para esta ideia, o défice comercial britânico atingiu um máximo de sete meses em Fevereiro, para o que contribuiu fortemente a queda das vendas inglesas para os Estados Unidos e para outros países que não os do espaço comunitário.

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