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Banco central da Suíça surpreende com primeira subida de juros desde 2007

É a primeira vez desde 2007 que a Suíça sobe os juros de referência. A decisão foi justificada pela crescente inflação e não está afastada a possibilidade de novos aumentos.

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O Banco Nacional da Suíça (SNB) decidiu avançar com uma subida dos juros de referência para travar a escalada da inflação. O banco central surpreendeu o mercado com o anúncio do primeiro aumento desde 2007, na manhã desta quinta-feira, retirando assim as taxas dos mínimos históricos em que estavam fixadas.

Os decisores de política monetária, liderados pelo presidente Thomas Jordan, juntam-se à onda global de aperto monetário ao subir os juros em 50 pontos base para -0,25%. "A política monetária mais apertado tem como objetivo prevenir que a inflação alastre mais amplamente aos bens e serviços na Suíça", explicou o banco central em comunicado.

A inflação homóloga no país atingiu 2,9% em maio, pressionando uma reação da autoridade monetária. O principal argumento para manter os juros em mínimos históricos prendia-se com o combate contra a valorização do franco suíço, que durava há várias décadas.

No entanto, o banco central está agora mais pessimista quanto à evolução dos preços. O "outlook" para a inflação foi revisto também esta quinta-feira em alta, com o SNB a estimar uma aceleração de 2,8% este ano, 1,9% em 2023 e 1,6% em 2024. Os novos números ficam acima das anteriores projeções: 2,1% este ano e 0,9% nos dois anos seguintes.

Para travar a escalada, poderão seguir-se ainda novas subidas. "Não pode ser afastado que mais subidas na taxa de juro do SNB possam ser necessários no futuro previsível para estabilizar a inflação", refere o mesmo comunicado do banco central, acrescentando que irá manter-se "ativo" no mercado monetário.

Em reação à decisão, o franco suíço ganhou força contra as principais pares. O euro perde 2,1% para 1,01694 francos suíços, no valor mais baixo desde abril. Ao longo das últimas semanas, as várias ações dos bancos centrais para tentar travar a inflação têm determinado o sentimento no mercado cambial.

A Reserva Federal dos EUA subiu também, na quarta-feira, o intervalo da taxa diretora em 75 pontos base, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) avançou com medidas de mitigação para evitar uma crise da dívida após uma reunião de emergência. Após os dois encontros, o euro-dólar segue na linha d'água com o par a negociar nos 1,0393.
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