Notícia
UE e Índia negoceiam acordo de infraestruturas para conter nova rota da seda
O Financial Times avança que Bruxelas e Nova Deli estão em conversações para a construção conjunta de projetos de infraestruturas em todo o globo, no que está a ser lido como uma tentativa de concorrer com a iniciativa chinesa para uma nova rota da seda.
A escassos dias da cimeira UE-Índia de 8 de maio, o Financial Times escreve que Bruxelas e Nova Deli estão em conversações com vista ao lançamento de um plano abrangente de projetos de infraestruturas capaz de fazer frente à nova rota da seda (Road and Belt initiative) promovida pela China.
De acordo com a publicação britânica, que cita fontes diplomáticas envolvidas nas discussões, a União Europeia e a Índia trabalham sobre um plano de parceria para setores como a energia, digital e transportes que garante menos custos de endividamento e melhores garantias legais do que os assegurados por Pequim.
Por outro lado, esta iniciativa indo-europeia, que as partes pretendem desvendar na cimeira virtual do Porto, surge já depois de os Estados Unidos terem aprovado um plano de infraestruturas superior a 2 biliões de dólares, através do qual o presidente americano, Joe Biden, se propõe criar empregos ajustados à nova realidade económica e, em paralelo, renovar os envelhecidos equipamentos públicos da maior economia mundial.
Bruxelas, Nova Deli e Washington querem assim incrementar as ações de contenção da ameaça chinesa, país com crescente preponderância nos investimentos realizados um pouco por todo o globo, em particular na Ásia e na África. Todavia, a nova rota da seda assume especial relevância para vários países europeus, sobretudo para os antigos países do espaço soviético.
A iniciativa lançada em 2013 pelo presidente chinês, Xi Jinping, consiste em grande medida na prossecução de infraestruturas tais como estradas, pontes e portos, abrangendo cerca de 150 países e mais de metade dos 27 Estados-membros da UE, nota o FT.
"Existe agora uma janela de oportunidade de nos juntarmos e criarmos o ambiente para uma globalização baseada numa parceria que seria mais atrativa do que a que a China pode oferecer", diz um diplomata ao FT, acrescentando que tanto a UE como a Índia partilham o "interesse comum" de constituírem uma alternativa à nova rota da seda.
Quanto aos projetos propriamente ditos, a publicação britânica refere que a intenção passa por investimentos conjuntos nos respetivos territórios e em países terceiros que possibilitem definir padrões globais para áreas como a sustentabilidade financeira e o respeito pelas regras democráticas. Maior cooperação no setor da inovação é outra das apostas. No entanto, para já não existem ainda detalhes sobre o financiamento de tais projetos, se público, privado ou uma conjugação de ambos.
Outra área em discussão para uma cooperação reforçada diz respeito à tecnologia 5G, com os dois blocos a pretenderem reduzir a predominância das tecnológicas chinesas.
Recorde-se que no final do ano passado, a UE e a China assinaram um acordo de cooperação em matéria de investimentos, compromisso esse que suscitou enorme oposição da parte da administração americana entretanto empossada e que é liderada pelo democrata Biden. O acordo UE-China é amplamente visto como servindo os interesses comerciais da Alemanha, a maior economia europeia.
Devido ao agravamento da situação pandémica verificada na Índia, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, não participará presencialmente na cimeira bilateral que decorre a 8 de maio, no Porto, segundo revelou à Lusa uma fonte da presidência do Conselho da UE, atualmente detida por Portugal.
De acordo com a publicação britânica, que cita fontes diplomáticas envolvidas nas discussões, a União Europeia e a Índia trabalham sobre um plano de parceria para setores como a energia, digital e transportes que garante menos custos de endividamento e melhores garantias legais do que os assegurados por Pequim.
Bruxelas, Nova Deli e Washington querem assim incrementar as ações de contenção da ameaça chinesa, país com crescente preponderância nos investimentos realizados um pouco por todo o globo, em particular na Ásia e na África. Todavia, a nova rota da seda assume especial relevância para vários países europeus, sobretudo para os antigos países do espaço soviético.
A iniciativa lançada em 2013 pelo presidente chinês, Xi Jinping, consiste em grande medida na prossecução de infraestruturas tais como estradas, pontes e portos, abrangendo cerca de 150 países e mais de metade dos 27 Estados-membros da UE, nota o FT.
"Existe agora uma janela de oportunidade de nos juntarmos e criarmos o ambiente para uma globalização baseada numa parceria que seria mais atrativa do que a que a China pode oferecer", diz um diplomata ao FT, acrescentando que tanto a UE como a Índia partilham o "interesse comum" de constituírem uma alternativa à nova rota da seda.
Quanto aos projetos propriamente ditos, a publicação britânica refere que a intenção passa por investimentos conjuntos nos respetivos territórios e em países terceiros que possibilitem definir padrões globais para áreas como a sustentabilidade financeira e o respeito pelas regras democráticas. Maior cooperação no setor da inovação é outra das apostas. No entanto, para já não existem ainda detalhes sobre o financiamento de tais projetos, se público, privado ou uma conjugação de ambos.
Outra área em discussão para uma cooperação reforçada diz respeito à tecnologia 5G, com os dois blocos a pretenderem reduzir a predominância das tecnológicas chinesas.
Recorde-se que no final do ano passado, a UE e a China assinaram um acordo de cooperação em matéria de investimentos, compromisso esse que suscitou enorme oposição da parte da administração americana entretanto empossada e que é liderada pelo democrata Biden. O acordo UE-China é amplamente visto como servindo os interesses comerciais da Alemanha, a maior economia europeia.
Devido ao agravamento da situação pandémica verificada na Índia, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, não participará presencialmente na cimeira bilateral que decorre a 8 de maio, no Porto, segundo revelou à Lusa uma fonte da presidência do Conselho da UE, atualmente detida por Portugal.