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Ucrânia rejeita proposta russa para abastecimento de gás
Um acordo entre Kiev e Moscovo ficou novamente adiado depois de a Ucrânia não ter aceitado as condições, relativas ao preço do fornecimento de gás natural, propostas pela Rússia. Putin diz que se está perto de um "caminho sem saída".
Impasse é talvez a expressão que melhor define a conclusão das conversações, sobre o abastecimento de gás, que decorreram nos últimos três dias em Bruxelas, entre a Ucrânia e a Rússia, tendo a União Europeia assumido o papel de moderadora.
A Bloomberg escreve que, da proposta russa, constava a possibilidade de reduzir em 20% o preço por metro cúbico do gás natural fornecido pela empresa russa Gazprom, face ao valor pago actualmente. Recorde-se que desde o início de Abril, na decorrência do agudizar da tensão entre os dois países devido à crise na península da Crimeia, Moscovo aumentou em 81% o preço exigido a Kiev.
Foi o próprio comissário europeu para a Energia, Guenther Oettinger, a revelar em conferência de imprensa que a Ucrânia não se mostrou disponível para aceitar a proposta russa. Pelo seu lado, a Rússia continua a reclamar o pagamento dos 1,95 mil milhões de dólares que permanecem em dívida por parte da Ucrânia, caso contrário o Kremlin volta a ameaçar com o corte de fornecimento de gás natural a partir do dia 16 de Junho.
Para a União Europeia, este acordo é importante, até porque a Europa depende em cerca de 15% das importações de gás russo escoadas através dos gasodutos que atravessam a Ucrânia. Guenther Oettinger mostrou-se, ainda assim, optimista quanto à possibilidade de ambas as partes poderem chegar a um acordo nos próximos dias.
Proposta pode chegar a um "caminho sem saída"
O Kremlin propôs um acordo de compromisso com Kiev. A Ucrânia teria acesso a um preço 100 dólares abaixo do valor exigido actualmente, desde que Kiev procedesse ao pagamento de 1,45 mil milhões de dólares em dívida relativos aos últimos dois meses de 2013. Moscovo exigia ainda o pagamento de 500 milhões de dólares referentes ao gás natural fornecido em Abril e Maio.
Se o Governo ucraniano não regularizar esta dívida, a Rússia ameaça com a exigência de pagamentos adiantados, a partir do dia 16 de Junho, do gás importado por Kiev.
O ministro da Energia ucraniano, Yuri Prodan, garante que Kiev só estará na disposição de pagar um preço justo, segundo cita a Bloomberg. Mas Moscovo não parece estar na disposição de ceder. Ainda antes das conversações serem dadas por finalizadas, o presidente russo, Vladimir Putin, assegurava que se a proposta russa for rejeitada, "então entraremos numa fase completamente nova".
Putin, citado pelo Wall Street Journal, diz não compreender "o porquê de a Ucrânia insistir num desconto maior" e assume que se poderá estar "a avançar para um caminho sem saída".