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Soros: Trump é "vigarista e narcisista" e o destino do mundo está em jogo em 2020

O multimilionário de origem húngara apontou a mira aos presidentes dos Estados Unidos e da China no seu discurso no Fórum Económico Mundial, em Davos, e disse que o futuro do mundo pode ser decidido este ano.

A Bloomberg não tem dados disponíveis para a evolução da fortuna de Soros este ano. Mas foi noticiado que nas semanas após as eleições o investidor perdeu mil milhões de dólares. A eleição de Trump aparenta ter apanhado Soros em contrapé. No quarto trimestre, o investidor desfez a posição no iShares MSCI Emerging Index Fund e no iShares China Large-Cap. Os emergentes são vistos como potenciais prejudicados com as políticas económicas de Trump. Em contraponto, abriu posição na Key Energy Services (investimento de cerca de 30 milhões de dólares), na Time Warner, que é alvo de uma oferta da AT&T, e no Facebook. No entanto, entre as seis maiores posições da carteira apresentada ao regulador dos EUA , metade são em opções de venda sobre índices accionistas. As outras três são na Liberty Broadband, na Adecoagro e na Tivo.
24 de Janeiro de 2020 às 11:51
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Donald Trump, Xi Jinping e Facebook. Foram estes os três principais alvos de críticas por parte do multimilionário George Soros, que referiu que as eleições presidenciais dos Estados Unidos, a decorrer em novembro deste ano, podem não só alterar a relação entre Washington e Pequim, como decidir "o destino do mundo".

No tradicional jantar anual que oferece aos jornalistas que estão a cobrir o Fórum Económico Mundial, em Davos, o empresário referiu que o presidente chinês, Xi Jinping, está a tentar "explorar as fraquezas de Donald Trump" e a usar a "inteligência artificial para ter o controlo total dos habitantes da China".

Sobre Donald Trump, Soros disse que o líder da Casa Branca "é um vigarista e um narcisista, que quer que o mundo gire em torno dele" e que "quando a sua fantasia de ser presidente se tornou realidade (...) transformou o seu narcisismo numa doença maligna", segundo a CNBC.

As novas críticas do multimilionário de 89 anos surgem numa altura em que ambos os países concordaram em selar a primeira fase de um acordo comercial. O entendimento ditou que os EUA suspendam as tarifas que iam entrar em vigor em dezembro e reduzam para metade a tarifa de 15% que incide sobre bens chineses avaliados em 110 mil milhões de dólares. A China comprará mais bens aos EUA num total de 200 mil milhões de dólares em 2020 e 2021.

Embora vários representantes da Casa Branca, incluindo Donald Trump, já tenham vindo a público dizer que iam sentar-se para começar a elaborar a segunda fase do acordo, existe a forte probabilidade de que as negociações não aconteçam antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos. 

A interferência do Facebook no ato eleitoral foi outro dos pontos tocados pelo financeiro, que acusou a empresa liderada por Mark Zuckerberg de poder vir a ajudar à reeleição de Donald Trump, em troca de ajuda da Casa Branca.

Referiu que o 
"Facebook vai trabalhar para eleger Trump e este para proteger o Facebook (...) que se guia apenas pelo princípio de maximizar o seu lucro, independentemente do dano que isso possa causar ao mundo". 

George Soros tem sido um dos principais apoiantes dos democratas, nos Estados Unidos, e durante as últimas eleições presidenciais, em 2016, gastou mais de 20 milhões de dólares na campanha pró-democratas. Apesar de não ter demonstrado o apoio público a nenhum candiato, Soros tinha dito em outubro do ano passado que a jurista Elizabeth Warren seria "a mais qualificada para assumir a presidência". 

No seu discurso, Soros lançou farpas também ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, por não ter protegido
 a Floresta Amazónica, tendo mesmo feito comparações entre o líder brasileiro e o presidente dos Estados Unidos.

"O presidente Bolsonaro não protegeu a Amazónia da destruição e rejeitou qualquer compromisso razoável na Conferência do Clima, em Madrid", disse Soros, comparando-o ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao ex-vice-primeiro ministro italiano Matteo Salvini, pela postura autoritária.

Uma universidade internacional para combater o populismo 
No Fórum Económico Mundial, o filantropo George Soros anunciou ainda que vai investir mil milhões de dólares na criação de uma universidade internacional que se irá especializar em combater regimes autoritários e que terá uma forte componente ligada às alterações climáticas. 

Soros disse que a estratégia seria o acesso "a uma educação de qualidade, que cultive o pensamento crítico". "Este é o projeto mais importante da minha vida e gostaria de vê-lo implementado enquanto ainda por aqui ando", acrescentou o multimilionário. 

A universidade em rede vai integrar 
ensino e pesquisa em instituições de ensino superior em todo o mundo e reunir regularmente estudantes e professores de diferentes países com discussões presenciais e online. 

"Não podemos construir uma rede global por conta própria", disse Soros. "Espero que aqueles que partilham essa visão se juntem a nós para torná-la realidade", acrescentou.
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