Desde esta quarta-feira as autoridades russas, junto à fronteira com a Ucrânia, estarão a impedir a passagem terrestre de vários camiões ucranianos com destino à Rússia. O “Financial Times” escreve que já surgiram várias queixas de empresas ucranianas orientadas para a exportação contra aquilo que consideram ser um bloqueio às suas exportações para a Rússia.

“Mais de 200 camiões estão parados em Bachivsk, que é uma das principais passagens dos bens ucranianos destinados ao mercado russo”, elucidou na quarta-feira Serhiy Astakhov, um funcionário ucraniano de serviço na fronteira com a Rússia. Já esta quinta-feira as passagens terão normalizadas segundo avança o jornal britânico.

Os serviços russos ligados à importação de bens terão explicado esta situação com a necessidade de “apertar o controlo” de bens ucranianos devido a suspeitas da existência de produtos ilegais, entre os quais armamento.

Ao longo dos últimos anos Moscovo tem utilizado as barreiras alfandegárias como forma de impedir o acesso de bens provenientes de países como a China ou a Noruega, ao mercado russo. A Ucrânia aquando da possibilidade de assinatura de um acordo de proposição de adesão à União Europeia, no ano passado, foi prejudicada por este sistema de pesadas tarifas e restrições alfandegárias.

O “Financial Times” cita um porta-voz do Governo de Kiev que terá classificado este tipo de acções como próprias de uma “guerra comercial”.

Desde o início da crise na Ucrânia a débil economia deste país, que necessita cerca de 25 mil milhões de euros para evitar a bancarrota, tem sentido a pressão de cariz económico efectuada por Moscovo. Kiev depende grandemente do fornecimento de energia russo e no início deste mês a empresa pública Gazprom anunciou para Abril o fim do regime de concessão de descontos no fornecimento de gás natural para a Ucrânia.