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Protesto pacífico pró-democracia de Hong Kong degenera em violência

Depois de cerca de dois meses de ocupação do centro de Hong Kong, alguns elementos do movimento pró-democracia Occupy Central escalaram a sua acção, o que resultou no primeiro vidro partido desde o início do protesto. Líderes do Occupy Central criticam decisão unilateral que levou a confrontos com a polícia.

Reuters
19 de Novembro de 2014 às 15:21
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A última noite em Hong Kong registou as primeiras acções violentas, depois de mais de dois meses de ocupação do centro financeiro da região, por parte de alguns elementos do movimento pró-democracia Occupy Central, cuja expressão vinha diminuindo nas últimas semanas.

 

No seguimento das notícias que davam conta da decisão da polícia de Hong Kong de iniciar a retirada de vários obstáculos que impedem a normal circulação nas principais artérias do centro da cidade, um pequeno grupo de membros do Occupy Central decidiu, unilateralmente, elevar o grau dos protestos acabando por partir o vidro de um edifício governamental na Admiralty, centro da cidade-Estado.

 

Depois da primeira acção violenta em mais de dois meses de manifestação pró-democracia, sucedeu-se uma intervenção policial e subsequentes confrontos entre as partes, levando as autoridades de Hong Kong a recorrer a gás pimenta para dispersar os manifestantes.

 

A reacção, tanto do Executivo da região, como dos líderes estudantis do movimento pró-democracia, foi de condenação do recurso à violência. O governo criticou os actos "violentos e radicais" que acabaram por resultar na detenção de seis manifestantes, segundo reporta a CNN. O Executivo garantiu que mais detenções aconteceriam nas próximas horas.

 

Já os representantes do movimento asseguraram que "aqueles que conduziram a intervenção não discutiram os objectivos nem as acções connosco". O jovem Alex Chow, líder estudantil que se tornou na figura de proa do Occupy Central, mostrou-se incrédulo ao revelar que "não entendemos sequer o objectivo desta acção".

 

Na realidade os desenvolvimentos da última noite em Hong Kong deverão acabar por contribuir para uma maior fragilização e eventual desagregação do Occupy Central, mas também dos objectivos defendidos por este movimento.

 

Porque se até aqui a também conhecida por "revolução dos guarda-chuvas" garantia a si mesma uma forte legitimidade cívica e política devido à sua índole pacífica, doravante as autoridades de Hong Kong ganham maior legitimidade para adoptar posições de maior força e de menor apego ao diálogo.

 

Segundo noticia esta quarta-feira o China Morning Post, que cita fontes policiais da cidade-Estado, o Executivo de Hong Kong estará a mobilizar uma força policial de cerca de 3 mil homens que poderão iniciar, já esta quinta-feira, a desmobilização dos manifestantes que ainda permanecem nas ruas.

 

Poderá estar em causa a prossecução do objectivo dos protestantes que pretendiam que Pequim cedesse face à decisão de manter para si a escolha dos três candidatos que serão colocados perante os eleitores de Hong Kong nas eleições legislativas de 2017.

 

O Occupy Central defende que para o processo ser plenamente democrático, tal como prevê o acordo da passagem administrativa desta região, do Reino Unido para a China, Pequim não pode predefinir em quem podem os cidadãos de Hong Kong votar.

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