O primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, demitiu-se hoje do cargo, numa tentativa de aliviar a crise que se vive há cerca de dois meses no país, onde as autoridades não conseguem parar as manifestações contra o Governo.

"Tomei uma decisão pessoal de pedir ao Presidente da Ucrânia que aceite a minha demissão do cargo de primeiro-ministro, com o objectivo de criar uma possibilidade para que se alcance um compromisso político de resolução dos conflitos de forma pacífica", disse Azarov em comunicado, citado pela Bloomberg.

Azárov afirmou que o Governo "tem feito todos os possíveis durante este impasse para a resolução dos conflitos", acrescentando que o seu gabinete foi forçado a trabalhar em "condições extremas".

"Hoje, a coisa mais importante é preservar a unidade e a integridade da Ucrânia. Isto é muito mais importante do que qualquer plano ou ambições pessoais. Foi por isso que tomei esta decisão", considerou.

Na sessão especial do parlamento, hoje em Kiev, é esperado que se debatam formas de acabar com a crise, incluindo a abolição das leis severas contra as manifestações e que inflamaram a oposição.

Azqrov assumiu o cargo no Governo ucraniano em Março de 2010, e a 13 de Dezembro de 2012 foi confirmado no cargo pelo novo parlamento eleito.

As manifestações iniciadas há mais de dois meses pela recusa do Governo em assinar um acordo de parceria com a União Europeia degeneram há dez dias em violentos confrontos que causaram três mortos, segundo as autoridades, e seis segundo a oposição, além de centenas de feridos.