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Presidente filipino não elogiou Hitler, mas quer matar milhões

O porta-voz do Presidente filipino disse hoje que Rodrigo Duterte não quis elogiar Adolf Hitler nem destacar o Holocausto como modelo para a sua violenta campanha contra o narcotráfico, que em três meses causou milhares de mortos.  

Reuters
01 de Outubro de 2016 às 10:59
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Duterte gerou uma nova polémica ao declarar na sexta-feira que "gostaria de massacrar" os três milhões de toxicodependentes no país, tal como o líder nazi fez com milhões de judeus "para salvar a próxima geração da perdição".

 

As declarações provocaram a apresentação de um protesto formal da Alemanha na Embaixada das Filipinas em Berlim, a condenação da ONU e críticas dos Estados Unidos, que as classificou de "profundamente perturbadoras".

 

O porta-voz da presidência filipina, Ernesto Abella, disse que as palavras de Duterte eram uma referência "oblíqua" a Hitler e ao Holocausto.

 

"As Filipinas reconhecem o profundo significado da experiência judaica e a sua trágica e dolorosa história. No queremos menosprezar a profunda perda de seis milhões de judeus no Holocausto", disse Abella à emissora da rádio estatal DZRB.

 

"A referência do Presidente ao massacre foi uma deflexão oblíqua à forma como tem sido retratado como um assassino em massa, um Hitler, um rótulo que rejeita", acrescentou o porta-voz.

 

"Da mesma maneira traça uma conclusão oblíqua na qual, se o Holocausto foi uma tentativa de exterminar a futura geração de judeus, as mortes (da campanha antidrogas) que lhe é atribuída, resultará, de qualquer forma, na salvação da próxima geração de filipinos", concluiu Abella.

 

Duterte defende como necessária a campanha que iniciou em Junho para acabar com o tráfico de drogas no país, que segundo dados oficiais já causou mais de 3.500 mortos, apesar das críticas da ONU, Estados Unidos, União Europeia e organizações de defesa dos direitos humanos.

 

Duterte ganhou folgadamente as eleições presidenciais com a promessa de acabar com a droga e a delinquência nos primeiros seis meses de mandato.

 

Desde então, instou, por inúmeras vezes, a polícia e os próprios cidadãos a matar traficantes e consumidores de droga.

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