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PIB dos EUA regista quebra recorde de 32,9% no segundo trimestre

Apesar da queda recorde registada entre abril e junho deste ano, os economistas apontavam para um colapso ainda maior, na ordem dos 34,5%.

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Já se sabia que o produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos tinha registado uma quebra sem precedentes no segundo trimestre devido ao "lockdown" de grande parte do país para fazer face à pandemia da covid-19.

Agora já se sabe quanto. De acordo com a primeira estimativa do governo norte-americano, a queda do PIB foi de 32,9% a um ritmo anual. Apesar da descida inédita, os economistas esperavam ainda pior, apontando para uma contração de 34,5%.

Com grande parte dos norte-americanos confinados em casa durante o segundo trimestre, o consumo privado registou uma quebra de 34,6%, o que também representa uma descida recorde.

Na variação em cadeia (segundo trimestre contra primeiro trimestre deste ano) a queda do PIB foi de 9,5%. No primeiro trimestre o PIB tinha recuado 5%. Quando conjugadas as duas quedas (primeiro trimestre e segundo trimestre), resulta numa queda de 10,6% na primeira metade do ano. 

"A descida no segundo trimestre reflete a resposta à covid-19", refere o Bureau of Economic Analysis, assinalando que as ordens para ficar em casa incidiram sobretudo nos meses de abril e maio e foram aliviadas em maio e junho.

Contrações históricas no consumo pessoal, nas exportações, nos inventários, no investimento e nos gastos dos governos locais e estatais proporcionaram o pior trimestre da história. Para se ter uma ideia do tamanho desta contração, o pior trimestre da crise financeira de 2008 resultou numa queda económica de 8,4%, nos últimos três meses desse ano. A maior contração trimestral anterior era de 10% e é preciso recuar até ao primeiro trimestre de 1958. 

Como reação, os três principais índices de Wall Street abriram a sessão de hoje em queda, com os investidores a apontarem para uma recuperação nos trimestres seguintes. Contudo, e de acordo com os analistas do ING, essa recuperação pode ser mais lenta do que o previsto. 

"Os mercados financeiros já estão a descontar para uma recuperação vigorosa, mas com o medo do vírus em ascensão, os empregos a serem perdidos e os rendimentos a serem espremidos, sentimos que a recuperação pode ser muito mais instável", escreve James Knightley, economista-chefe do ING, numa nota. 

O mesmo consideram os economistas do Capital Economics, com Andrew Hunter a assinar uma nota onde se pode ler que se "espera que a economia dos Estados Unidos leve anos até recuperar desta contração". 

Nesta altura, a taxa de desemprego na maior economia do mundo fixou-se nos 14,7%, um máximo pós Grande Depressão. 

O Eurostat também se prepara para publicar amanhã a primeira estimativa do PIB do conjunto da Zona Euro. Já esta quinta-feira, o instituto nacional de estatísticas alemão revelou a contração histórica registada na maior economia do euro, no segundo trimestre. O PIB alemão recuou 10,1% em termos trimestrais e 11,7% em termos homólogos, atingindo a maior queda desde que há registos, iniciados em 1970.

Os economistas da Bloomberg antecipam uma queda de 12% para o conjunto da zona euro, de 16,3% para Espanha e 15,2% tanto em Itália como em França.

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