Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Países do G20 querem mais crescimento económico e transparência fiscal

O bloco do G20 afirmou hoje que pode acelerar o crescimento económico dos seus membros e incentivou os progressos com vista a uma maior transparência fiscal, segundo uma declaração final da cimeira realizada em Brisbane, Austrália.

16 de Novembro de 2014 às 10:56
  • ...

Os países mais ricos do mundo, que representam 85% da riqueza mundial, indicaram que podiam atingir um crescimento adicional dos seus Produtos Internos Brutos em 2,1% até 2018, um objectivo que está acima da meta inicial de 2%, e que deverá ser concretizado através de medidas favoráveis ao investimento, comércio e concorrência.

 

As medidas prometidas pelas maiores potências mundiais para impulsionar a atividade económica vão "adicionar mais de dois mil milhões de dólares norte-americanos à economia global e criar milhões de empregos", afirmaram os países do G20 na declaração final, em Brisbane.

 

O alcance desse objetivo passa pela criação de uma plataforma para coordenar os trabalhos do G20 em infraestruturas, reunindo governos, setor privado, bancos de desenvolvimento e outras organizações internacionais, a qual ficará sediada em Sydney.

 

Os líderes do G20 também concordaram com uma iniciativa global para ajudar a resolver uma lacuna 70 biliões de dólares em infraestruturas necessárias até 2030 para melhorar a produtividade, eliminando a burocracia e combinando investimento privado com projetos de capital.

Por outro lado, os líderes do G20 referiram o seu apoio ao combate global à evasão fiscal pelas empresas multinacionais.

 

A Comissão Europeia anunciou esta semana que vai relançar a proposta de diretiva sobre a harmonização de impostos sobre empresas na União Europeia (UE), um tema retomado com a polémica sobre benefícios fiscais dados por Estados-membros a multinacionais.

 

O presidente da Comissão Europeia e antigo primeiro-ministro do Luxemburgo (1995 a 2013), Jean-Claude Juncker, apelou na sexta-feira, à margem da cimeira do G20, ao combate à evasão fiscal a nível global. Isto depois de se ter deslocado esta semana ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, para negar, também perante os eurodeputados, ter conhecimento de quaisquer "práticas ilegais" no Luxemburgo de favorecimento de grandes empresas, embora tenha admitido a existência de "engenharia fiscal" no âmbito de um escândalo conhecido como "LuxLeaks".

 

Por outro lado, o G20 disse apoiar uma "ação forte e eficaz" contra as alterações climáticas e o fundo verde das Nações Unidas, para o qual foram anunciados contributos financeiros dos Estados Unidos e Japão durante a cimeira.

 

"Apoiamos uma ação forte e eficaz para fazer face às alterações climáticas. Reafirmamos o nosso apoio à mobilização de meios financeiros para a adaptação (às alterações climáticas), tal como o Fundo Verde das Nações Unidas, destinado a ajudar os países pobres mais expostos", indica o comunicado final da cimeira.

 

 

China acolhe cimeira em 2016

A China vai presidir ao G20 em 2016, acolhendo em Pequim a cimeira dos mais poderosos países do mundo, depois de a Austrália o ter feito este ano, e a Turquia em 2015.

 

"Estamos ansiosos para nos voltarmos a reunir em 2016 na China", indicou o comunicado final da cimeira do G20, que hoje terminou em Brisbane, na Austrália.

 

Em dezembro, a Turquia vai assumir a presidência do G20 durante um ano, acolhendo o próximo encontro dos chefes de Estado a 15 e 16 de novembro de 2015, em Antalya.

 

A China assumirá a liderança a partir de dezembro de 2015.

 

Questionado sobre esta possibilidade no sábado, à margem da cimeira, o vice-ministro das Finanças chinês, Zhu Guangyao, considerou que a escolha da China para anfitriã se deveu ao "sucesso" da reunião da APEC (Fórum de Cooperação Económica da Ásia Pacífico) em Pequim.

 

As autoridades chinesas receberam os dirigentes estrangeiros com pompa e empenharam-se na redução dos níveis de poluição na cidade, permitindo a Pequim voltar a brilhar na cena internacional, cinco anos após os Jogos Olímpicos.

 

"Se a China de facto presidir ao G20 em 2016, vamos coordenar-nos com os outros países membros (…) para lidar com um crescimento global ainda muito lento e desigual", comentou Zhu Guangyao, no sábado. No entanto, "acreditamos que o G20 deve concentrar-se nas questões económicas e orçamentais", insistiu o vice-ministro chinês.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio