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Nancy Pelosi rasga discurso de Donald Trump após Estado da União

Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos reagiu ao comportamento do presidente norte-americano.

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Negócios 05 de Fevereiro de 2020 às 08:04
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A tensão entre Nancy Pelosi e Donald Trump não passa despercebida aos olhos do mundo e esta terça-feira escalou com o comportamento da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos e do presidente norte-americano. 

Pela segunda vez na história (Bill Clinton fê-lo em 1999), um Presidente dos Estados Unidos fez o discurso anual do Estado da União durante um processo de impeachment em que o seu cargo está a ser posto em causa. Este ano, esperava-se que o presidente aproveitasse o momento para se defender face às acusações de abuso de poder de que é alvo, no entanto, o foco acabou por ser outro. 
Ao chegar à tribuna para falar diante do Congresso, Trump protagonizou o primeiro momento de tensão da noite ao não cumprimentar Nancy Pelosi deixando-a de mão estendida. 

Como resposta, após o final do discurso do presidente dos EUA, Pelosi agarrou nas folhas de Trump e rasgou-as à frente do Congresso. 

Segundo a CNN, canal de notícias americano que cita uma fonte, a atitude não terá planeada, e Pelosi justificou-se perante um produtor da Fox News: "Foi a coisa mais cortês que eu poderia fazer considerando as alternativas".

O caso de impeachment tem sido o catalizador para a relação entre Trump e Pelosi ter vindo a tornar-se cada vez mais acesa.

Donald Trump disse, no seu discurso, que tinha sido uma grande melhoria em relação ao presidente democrata Barack Obama, dizendo que havia reforçado o crescimento económico dos EUA e aumentado o emprego.

"Em apenas três curtos anos, destruímos a mentalidade do declínio americano e rejeitamos o 'downsizing' do destino americano", disse sublinhado ainda que atualmente "o Estado da União é mais forte do que nunca". 

A Casa Branca lamentou já que Pelosi tenha simbolicamente "rasgado" um veterano da Segunda Guerra Mundial, um bebé prematuro nascido às 21 semanas de gravidez, ou ainda a família de Kayla Mueller, morta pelos fundamentalistas do grupo extremista Estado Islâmico na Síria e outros convidados que se encontravam no Congresso e que Trump citou no discurso do Estado da Nação.

Republicanos devem travar processo de destituição

Horas depois do discurso do Estado da União, na terça-feira à noite (madrugada de hoje em Portugal), o Presidente norte-americano vai conhecer o desfecho do processo de destituição, levantado em dezembro passado pela oposição democrata.

O Senado dos EUA vota o veredicto do julgamento político de Trump, sendo previsível que a maioria republicana aprove a sua absolvição pelas acusações de abuso de poder e de obstrução ao Congresso.

A maioria republicana no Senado (53-47) deverá ser suficiente para garantir a absolvição do Presidente, depois de quase duas semanas de discussão à volta de dois artigos para destituição que foram aprovados pela maioria democrata na Câmara de Representantes.

Contudo, vários senadores não indicaram ainda o sentido de voto, deixando em aberto todos os cenários para o desfecho daquele que foi o terceiro julgamento de destituição na história dos Estados Unidos (para além dos de Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998).

Se Trump for considerado culpado de uma das duas acusações (abuso de poder e obstrução ao Congresso), o veredito levará à demissão, o que seria inédito, já que os outros dois processos de destituição absolveram Johnson e Clinton.

O Presidente Dos EUA pode ainda ser absolvido mas com a aprovação de uma resolução de censura, como foi sugerido pelo senador democrata Joe Manchin, da Virginia Ocidental.

Nas alegações finais, esta semana, os democratas insistiram na versão de que Trump abusou do cargo, ao pressionar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a investigar a atividade da família de Joe Biden, rival democrata, junto de uma empresa da Ucrânia envolvida num caso de corrupção, e que tentou perturbar a investigação pela Câmara de Representantes.

A equipa de advogados do Presidente voltou ao argumento de que não houve pressão junto de nenhum líder estrangeiro (invocando mesmo declarações de Zelensky nesse sentido) e disse que o Presidente atuou sempre em função do interesse público, preocupado com o alastrar da corrupção na Ucrânia, negando igualmente qualquer ato de obstrução ao Congresso.

Ao longo do processo, Donald Trump tem repetido que tudo não passa de uma "caça às bruxas" destinada a prejudicar a campanha para reeleição nas presidenciais de novembro próximo.

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