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Modi visita Putin para "fortalecer laços" e pedir proteção contra a China

Rússia foi o país escolhido por Narendra Modi para a primeira visita oficial ao estrangeiro desde que foi reeleito. Objetivo da viagem é conter as preocupações da Índia em relação à aproximação entre Moscovo e Pequim. Neutralidade russa em Caxemira é considerada essencial à segurança do país.

Adnan Abidi/Reuters
09 de Julho de 2024 às 10:20
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O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, está esta terça-feira em Moscovo, para se encontrar com o Presidente russo, Vladimir Putinnaquela que é a primeira visita oficial do líder indiano à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia. O encontro tem como objetivo "reforçar laços" entre os dois países e procurar proteção contra as pretensões territoriais da China na região de Caxemira

A visita oficial começou esta segunda-feira com um encontro informal entre os dois líderes na residência de Putin em Novo-Ogaryovo, nos arredores de Moscovo. Modi e Putin conversaram enquanto tomaram chá e deram um passeio no parque. Porém, esta terça-feira estão agendadas negociações formais, com a Índia a querer conter as preocupações em relação à aproximação entre Moscovo e Pequim.

Para Narendra Modi, a visita de dois dias a Moscovo é "uma oportunidade maravilhosa para aprofundar os laços" e "cimentar ainda mais a amizade entre a Índia e a Rússia", escreveu na rede social X. 

O reforço das relações diplomáticas com a Rússia é particularmente importante para a Índia, tendo em conta que as sanções ocidentais com vista a isolar o Kremlin levaram a uma maior aproximação de Moscovo a Pequim. O comércio entre os dois países atingiu níveis recorde e, recentemente, os dois países assinaram um acordo com vista à segurança energética e económica entre os dois países.

Já a Índia, que evitou tomar partido após a invasão russa da Ucrânia, quer proteger a relação de décadas com a Rússia, que é o seu maior fornecedor de armas e de uma percentagem muito significativa de petróleo. Por outro lado, quer evitar que a Rússia se torne dependente da China e que isso lhe traga problemas na longa disputa territorial entre Nova Deli e Pequim na fronteira dos Himalaias. A manutenção da neutralidade russa nessa disputa é, por isso, considerada vital para a segurança nacional indiana.

Antes da viagem de Narendra Modi, o secretário de Estado das Relações Internacionais da Índia, Vinay Mohan Kwatra, referiu que Nova Deli está ainda interessada em aumentar as exportações agrícolas e farmacêuticas para a Rússia, depois de as importações de petróleo russo por parte da Índia terem disparado mais de 40% desde o início da guerra, em termos de volume.

A visita de Narendra Modi à Rússia é, aliás, a primeira visita oficial de Narendra Modi ao estrangeiro após ter sido reeleito para um terceiro mandato de cinco anos em junho. O facto foi destacado pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que referiu que há "boas razões" para uma aproximação entre a Rússia e a Índia e que os países ocidentais devem ficar "com inveja". 

Por outro lado, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou a visita de Modi à Rússia, apelidando-a de "uma grande deceção". "É um um golpe devastador para os esforços de paz ver o líder da maior democracia do mundo a abraçar o criminoso mais sangrento do mundo em Moscovo", escreveu o líder ucraniano, na rede social X.

Esta segunda-feira, a capital ucraniana, Kiev, foi palco de um ataque a um hospital pediátrico. Outros locais da capital foram também atingidos, assim como a região de Dnipropetrovsk, no centro da Ucrânia. Volodymyr Zelensky confirmou já a morte de 38 pessoas nesses ataques, 27 das quais na capital do país.

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