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Manifestações antigovernamentais agitam Bulgária pelo oitavo dia consecutivo
Milhares de búlgaros manifestaram-se hoje nas principais cidades do país pelo oitavo dia consecutivo, contra a oligarquia e "por uma moral na política".
"Exigimos que a oligarquia abandone o poder político para que a Bulgária se desenvolva em conformidade com os padrões europeus", sublinharam os manifestantes numa declaração difundida nas redes sociais.
"Pertencemos aos que não estão representados no parlamento. Alguns votaram em partidos que não ultrapassaram a barreira dos quatro por cento nas legislativas de 12 de maio. Outros votaram em partidos parlamentares que iludiram as suas expectativas. Outros não votaram, desgostosos com o repugnante espectáculo oferecido pelo poder", explicaram os manifestantes.
As eleições antecipadas seguiram-se à demissão do ex-primeiro-ministro conservador Boiko Borissov em 20 de Fevereiro, após as manifestações contra a pobreza e a corrupção.
Apenas quatro partidos garantiram representação parlamentar e os manifestantes exigem agora novas eleições e uma alteração do código eleitoral que favoreça as pequenas formações políticas.
Em Sófia, Plovdiv e Varna, milhares de pessoas voltaram às ruas e na capital os manifestantes ameaçam agora bloquear os acessos ao palácio da cultura, onde no sábado está prevista uma reunião do Partido Socialista Europeu (PSE) sob a presidência de Serguei Stanichev, o líder dos socialistas búlgaros.
O actual primeiro-ministro Plamen Orecharski, que dirige um governo de coligação apoiado pelos socialistas e pelo partido da minoria turca, foi hoje recebido em Bruxelas pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que lhe pediu para manter "consultas alargadas antes de proceder a nomeações decisivas, em particular nos domínios da luta contra a corrupção e o crime organizado".
Durão Barroso aludia à nomeação em 21 de Junho, para a chefia da Agência de segurança nacional (DANS), de um controverso deputado de 32 anos com ligações a um grupo financeiro e mediático. Esta decisão do novo primeiro-ministro foi uma das causas da nova vaga de protestos na Bulgária.