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Líderes mundiais defendem-se de caso Pandora Papers

Depois do vazamento de milhões de documentos a implicar líderes mundiais em esquemas offshore, os responsáveis têm vindo a público justificar-se.

05 de Outubro de 2021 às 11:49
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Depois do vazamento, as reações. Os líderes mundiais envolvidos no escândalo Pandora Papers, que revelou 11,9 milhões de ficheiros de empresas contratadas por clientes abastados para criarem estruturas e fundos offshore em paraísos fiscais, estão a vir a público defender-se, alegando que não cometeram irregularidades.

O palácio real da Jordânia veio dizer que "não é incomum nem impróprio" que o rei Abdullah possua propriedades no exterior. Os documentos vazados indicam que o líder gastou mais de 100 milhões de dólares em imobiliário no Reino Unido e nos EUA, desde que assumiu o poder em 1999.

Vladimir Putin foi outro dos líderes implicados. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela BBC, questionou a confiabilidade da informação "não comprovada". "Por enquanto, não está claro o que informação é essa e do que se trata", afirmou, acrescentando que os documentos não mostraram indícios "de nenhuma riqueza oculta no círculo íntimo de Putin".

O primeiro-ministro checo reagiu no Twitter. Andrej Babis, implicado em mais de 16 milhões de dólares relativas à compra de imóveis no sul de França, disse que as acusações são uma tentativa de influenciar as eleições no país, marcadas para esta semana, e insistiu que "nunca fez nada de errado ou ilegal".

No Quénia, os Pandora Papers implicam o presidente e a sua família, ligando-os a 13 empresas offshore. Uhuru Kenyatta, atualmente numa visita ao estrangeiro, prometeu "responder de forma abrangente" quando regressasse ao país. Contudo indicou que a investigação "irá percorrer um longo caminho para aumentar a transparência financeira e a abertura que exigimos no Quénia e em todo o mundo".

O presidente do Chile, Sebastián Pinera, através de comunicado, negou ter participado ou ter qualquer informação sobre a venda do projeto de mineração Dominga, como indicam os documentos vazados.

No Paquistão, o primeiro-ministro, Imran Khan, prometeu investigar os centenas de cidadãos ligados aos Pandora Papers, incluindo membros do seu gabinete.

Já o 
presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, outro líder mencionado no caso, cuja família e associados próximos alegadamente estiveram envolvidos em negócios imobiliários no Reino Unido no valor de mais de 500 milhões de dólares, ainda não reagiu.

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) expôs, este domingo, mais um esquema global de ocultação de património e dinheiro por parte de 35 líderes mundiais, mais de 100 multimilionários e 300 figuras públicas, através de entidades offshore. Há três portugueses envolvidos: Nuno Morais Sarmento, Manuel Pinho e Vitalino Canas.

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