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Lagarde: Reforma fiscal de Trump impulsiona PIB mas agrava subida de juros e dívida  

Com a economia dos EUA a crescer a um ritmo mais forte, também os salários e os preços dos bens e serviços tenderão a aumentar, com a subida da inflação a "implicar um aperto da política monetária, com a subida das taxas de juro".

Reuters
01 de Março de 2018 às 15:14
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A directora-geral do Fundo Monetário diz que vê efeitos positivos e negativos com a "complicada" reforma fiscal nos Estados Unidos, pois no curto prazo o impacto no PIB será positivo, mas o corte de impostos também poderá acelerar a subida de juros por parte da Fed e colocar mais pressão sobre a dívida do país.

 

Os cálculos do FMI apontam para que a reforma fiscal que entrou em vigor no início deste ano tenha um impacto positivo de 1,2 pontos percentuais na taxa de crescimento do PIB dos EUA até 2020, o que acabará por impulsionar o comércio e crescimento global durante alguns anos.

 

"Dado que o crescimento económico dos EUA será maior e como os EUA são uma economia muito aberta, [a reforma fiscal] provavelmente vai aumentar a procura dos EUA sobre outras economias em todo o mundo, e isso também é positivo", afirmou Lagarde em entrevista à Reuters.

  

O reverso da medalha está na inflação. Com a economia a crescer a um ritmo mais forte, também os salários e os preços dos bens e serviços tenderão a aumentar, com a subida da inflação a "implicar um aperto da política monetária, com a subida das taxas de juro".

 

Lagarde assinalou também que esta descida de impostos nos EUA poderá originar uma saída de capitais dos mercados emergentes, o que no passado levou o FMI a ter que intervir com assistência financeira aos países mais afectados.

 

Uma das principais preocupações do FMI com a reforma fiscal está sobretudo no impacto na dívida e no défice, pois Lagarde estima que o aumento destes dois indicadores vai começar a pressionar em baixa o crescimento económico a partir de 2022.

 

"Combinando crescimento económico mais baixo com receitas inferiores, provavelmente vai resultar num aumento do défice orçamental que terá depois impacto no nível da dívida dos EUA", afirmou a directora-geral do FMI. "Não defendemos aumentos na dívida e no défice. Pelo contrário", acrescentou.

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