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Guterres quer reformar "arquitetura financeira global" para responder a desafios atuais

No Fórum Económico de Davos, o secretário-geral da ONU defendeu que as economias emergentes têm um peso cada vez maior na economia global, mas que isso ainda não se reflete "nas instituições que governam a economia global". Face a isso, sugere um reequilíbrio de poderes que possa capacitar o mundo para resolver problemas como as alterações climáticas e os desafios da inteligência artificial.

Joana Almeida JoanaAlmeida@negocios.pt 17 de Janeiro de 2024 às 12:12
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu esta quarta-feira a necessidade de se reformar a "arquitetura financeira global" para que responda melhor aos desafios atuais. A intenção é de que esse debate aconteça já na Cimeira do Futuro, marcada para setembro deste ano.

Numa intervenção diante da elite mundial reunida no Fórum Económico de Davos, António Guterres defendeu que, com o crescimento de várias economias emergentes, como a China e a Índia, é preciso um reequilíbrio de poderes, que seja coerente com aquele que é o peso de cada país na economia mundial.

"Vivemos num sistema económico que foi desenhado depois da Segunda Guerra Mundial e basicamente desenhado pelos países desenvolvidos. E vemos as economias emergentes com um peso cada vez maior na economia global, mas não um peso semelhante nas instituições que governam a economia global", referiu.

Entre as instituições que António Guterres considera que devem ser reformadas está o Conselho de Segurança da ONU e "o sistema de Bretton Woods", que deu origem ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, ambos criados "há 80 anos".

António Guterres sublinhou que essa mudança "não acontecerá da noite para o dia", mas "é essencial e possível". Espera, por isso, que os diferentes Estados-membros da ONU apresentem propostas de reforma à arquitetura financeira atual na Cimeira do Futuro promovida pela ONU em setembro.

O secretário-geral da ONU argumentou que só com essa reforma será possível aos líderes mundiais enfrentarem as "ameaças existenciais" colocadas pelos desafios atuais, como é o caso das alterações climáticas e do "desenvolvimento desenfreado" da inteligência artificial (IA), para os quais não há "uma estratégia global eficaz para lidar com eles".

"As divisões geopolíticas estão a impedir-nos de nos unirmos em torno de soluções globais", frisou, salientando que 2023 foi "o ano mais quente de que há registo" e é preciso "urgentemente" que "os Governos trabalhem com as empresas de tecnologia em estruturas de gestão de risco para o desenvolvimento atual da IA e na monitorização e mitigação de danos futuros".

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