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Guterres quer ONU com "respeito total pelos direitos humanos"  

António Guterres afirmou hoje desejar que as forças de manutenção da paz da ONU sejam "melhor treinadas" e comprometidas com o "respeito total pelos direitos humanos", afirmando que quer uma organização "mais centrada nas pessoas".

Miguel Baltazar
28 de Novembro de 2016 às 11:13
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"Precisamos que as nossas forças de manutenção da paz estejam melhor equipadas, melhor treinadas e mais atentas às necessidades e ao respeito total pelos Direitos Humanos", afirmou Guterres, numa conferência de imprensa em Pequim.

 

O próximo secretário-geral da ONU defendeu uma organização "mais ágil" e "menos burocrática", capaz de "evitar situações dramáticas", como as que "recentemente assistimos de violação dos direitos das mulheres e das crianças".

 

Os Capacetes Azuis da ONU foram este ano atingidos por um escândalo de alegados abusos sexuais, incluindo violações de crianças, durante missões de manutenção da paz, nomeadamente na República Centro-Africana e na República Democrática do Congo.

 

Guterres disse ainda desejar que os diferentes instrumentos da ONU "trabalhem com o mesmo objectivo" e são sujeitos a "avaliação pública e independente".

 

O antigo primeiro-ministro de Portugal, que reuniu hoje com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, enalteceu o contributo da China para a organização que dirigirá a partir do próximo ano.

 

"A China é hoje um dos maiores financiadores da ONU e das suas acções. Ao mesmo tempo, está a dar um contributo muito importante para as nossas missões de manutenção da paz e para mais iniciativas que serão anunciadas em breve", disse.

 

Pequim é o maior contribuinte para as forças de manutenção da paz, entre os membros permanentes do Conselho da Segurança, contando com mais de 30.000 elementos, em 29 diferentes missões.

 

Guterres considerou que o país asiático "é hoje um pilar sólido do multilateralismo no mundo" e um "fantástico motor de crescimento da economia mundial", que "precisa de paz e segurança".

 

Pequim pode ser um "mediador muito importante", unindo partes que "estão envolvidas ou que suportam conflitos, em diferentes partes do mundo", realçou.

 

O português vai assumir o lugar de secretário-geral das Nações Unidas, por um período de cinco anos, a partir de 01 de Janeiro de 2017.

 

A deslocação a Pequim sucede uma visita a Moscovo, onde reuniu com o Presidente russo, Vladimir Putin, parte de um périplo pelas cinco capitais dos países-membros permanentes do Conselho da Segurança da ONU.

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