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"Evitem insultos" e "respeitem-se", sugere ONU aos negociadores da paz na Síria

A ONU distribuiu um conjunto de regras aos participantes nas conversações de paz sobre a Síria, que estão a decorrer em Genebra. São orientações que ilustram o nível de tensão entre o regime sírio e a oposição.

A Síria é o país mais violento actualmente, segundo o Global Peace Index.
27 de Fevereiro de 2017 às 13:14
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"Respeitem-se mutuamente, não ponham em causa a legitimidade uns dos outros, assegurem-se de que as reuniões e conversas não são gravadas, utilizem linguagem adequada, evitem as injúrias e os ataques pessoais".

Estas são algumas das "instruções de base" contidas num documento entregue pelo enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, às delegações do regime, chefiada pelo embaixador sírio na ONU, Basahr al-Jafaari, e da oposição, pelo médico Nasr al-Hariri.

As instruções reflectem uma tensão que é visível frequentemente, como no início formal desta ronda a decorrer em Genebra, no Palácio das Nações: Al-Jafaari e Al-Hariri, ambos de expressão grave e séria, deixando-se fotografar ao lado de Staffan De Mistura, habitualmente sorridente.

"Jafaari estava numa atitude de desafio, de braços cruzados, literalmente enfrentando-nos", relatou um diplomata ocidental à agência France-Presse.

De Mistura falou nessa ocasião da "responsabilidade histórica" das partes beligerantes em "não falhar" mais uma ronda negocial. A delegação do regime não aplaudiu e abandonou a sala imediatamente após o fim do discurso.

Do lado da oposição, a situação foi ainda mais tensa, porque a ONU convidou representantes dos chamados grupos do Cairo e de Moscovo, considerados próximos da Rússia, o que desagradou ao Alto Comité para as Negociações, que ameaçou boicotar a cerimónia.

"Houve fortes pressões dos representantes dos países que apoiam a oposição – britânicos, alemães, franceses, emiratis, dinamarqueses, suecos, turcos. Pressionaram-nos a participar na cerimónia", relatou fonte próxima da delegação opositora.

São sinais de profundas divergências entre as partes, que estão em guerra há quase seis anos. Um ambiente pesado no qual Staffan de Mistura se esforça por convencer as delegações a reunirem-se e abordarem as questões chave. "Ele tentar evitar dramas, está permanentemente numa situação de equilibrista, com todos a caírem à sua volta. É muito difícil", explicou o diplomata ocidental.
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