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Esperança média de vida pode ultrapassar os 90 anos em 2030

A expectativa de vida deve continuar a subir nos países desenvolvidos e em alguns deles superar os 90 anos, com Portugal a ter das maiores subidas na esperança de vida das mulheres, indica um estudo da The Lancet publicado esta quarta-feira. 

Reuters
22 de Fevereiro de 2017 às 00:30
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O estudo publicado na revista de ciência médica The Lancet inclui 35 países, apontando que será a Coreia do Sul a ter provavelmente um maior aumento da expectativa de vida.

 

Comparando as previsões para 2030 com a realidade de 2010, o trabalho assinala que Portugal será dos países com maior subida em relação às mulheres, em conjunto com a Coreia do Sul e a Eslovénia. De acordo com o estudo, as mulheres portuguesas terão em 2030 uma esperança média de vida superior em 4,4 anos (6,6 e 7,4 na Coreia e na Eslovénia, respetivamente).

 

Dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados no final do ano passado indicam que para o triénio 2013-15 a esperança média de vida, à nascença, dos homens em Portugal era de 77,36 anos e para as mulheres de 83,23. De acordo com o estudo uma mulher nascida em 2030 teria portanto uma esperança média de vida superior aos 87 anos.

 

Segundo a The Lancet, em 2030 a esperança de vida à nascença das mulheres sul-coreanas terá ultrapassado os 90 anos (90,8), seguindo-se as francesas (88,6 anos), e as japonesas (88,4 anos). Nos homens, o primeiro lugar do "ranking" pertence também à Coreia do Sul (84,1 anos), seguindo-se os australianos e os suíços (84 anos). 

 

De acordo com os investigadores o aumento da esperança de vida vai ter grandes implicações nas áreas da saúde e assistência social, que terão de se adaptar, e exigirá medidas políticas de apoio ao envelhecimento saudável. Será necessário, dizem, aumentar o investimento na saúde e na assistência social, e possivelmente rever a idade de reforma.

 

"Até recentemente, na mudança do século, muitos investigadores acreditavam que a expectativa de vida nunca ultrapassaria os 90 anos", disse o autor principal do estudo, o professor Majid Ezzati, do Imperial College de Londres, realçando a importância de novas políticas para apoiar a crescente população mais idosa e de modelos alternativos de cuidados, como cuidados domiciliários apoiados na tecnologia.

 

O estudo usou técnicas estatísticas idênticas às utilizadas nas previsões meteorológicas e desenvolveu 21 modelos para prever a esperança de vida (outras projecções usam apenas um modelo), combinando-os.

 

Embora suba em todos os países, o aumento da esperança média de vida será menor na Macedónia, Bulgária, Japão e Estados Unidos para as mulheres, e na Macedónia, Grécia, Suécia e Estados Unidos para os homens.

 

Os Estados Unidos serão o país com menor crescimento da esperança média de vida à nascença, sendo que a esperança média de vida atual também já é das mais baixas dos países desenvolvidos.

 

O estudo também calculou quantos anos viveria uma pessoa com 65 anos em 2030 e considerou que as mulheres viveram mais 24 anos em 11 dos 35 países e os homens mais 20 anos em 22 países.

 

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