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Cuba vai acabar com o sistema de duas moedas em simultâneo
O último relatório financeiro divulgado pelo presidente cubano refere que no âmbito da reforma económica empreendida por Raul Castro, o sistema que mantém duas moedas em circulação vai ser eliminado progressivamente.
Cuba mantém desde 1994 duas moedas em circulação. O peso divide-se em duas moedas: uma está indexada ao dólar e é essencialmente utilizada pelo sector turístico e nas trocas comerciais com o exterior e a outra, de valor mais reduzido, representa apenas uma fracção do peso convertível em dólares e é utilizada pela população local.
O sistema de duas moedas correntes que deveria proteger uma economia frágil como a de Cuba, acabava por também partir a economia em dois, uma vez que certo tipo de bens, principalmente produtos importados, só estavam acessíveis aos que detinham pesos convertíveis em dólares.
Este sistema, ao contrário da sociedade sem classes pressuposta pelo regime comunista implementado por Fidel Castro, antigo presidente de Cuba, acabava por criar uma classe de cubanos privilegiados. Por exemplo, um sector como o turístico permitia à força de trabalho local ter contacto com turistas e com os pesos indexados ao dólar, o que lhes conferia maior capacidade de compra.
Com o objectivo de acabar com esta dicotomia classista, o conselho de ministros cubano aprovou um calendário para a implementação “de medidas no sentido da unificação monetária”, revela um oficial do Partido Comunista cubano citado pela “BBC”.
Apesar da vontade de unificar as duas moedas, a calendarização ainda não é conhecida, mas de acordo com a “Reuters” vários economistas cubanos apontam para 18 o número de meses necessário para a finalização desta reforma.