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Coreia do Norte estará a construir novos mísseis apesar de acordo com Trump

Imagens de satélite recolhidas pelos serviços de informações dos norte-americanos indiciam que o regime ditatorial norte-coreano estará a trabalhar na construção de novos mísseis balísticos, isto apesar dos acordos para a desnuclearização da península assinados com os EUA e a Coreia do Sul.

Reuters
31 de Julho de 2018 às 14:43
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A Coreia do Norte estará em vias de construir novos mísseis balísticos, noticia esta terça-feira, 31 de Julho, o Washington Post com base em declarações feitas sob anonimato por elementos dos serviços de informações dos Estados Unidos. Um conjunto de dados recolhidos e de imagens de satélite mostram que Pyongyang parece levar a cabo um projecto de construção de um ou dois mísseis balísticos intercontinentais alimentados por combustíveis líquidos.


A CNN explica que, comparativamente com mísseis de combustível sólido, os foguetes de combustíveis líquidos são mais difíceis de armazenar e transportar e são também mais voláteis. Representam, portanto, um menor nível de ameaça.

As autoridades norte-americanas recusaram, até ao momento, fazer qualquer comentário à notícia do Washington Post segundo a qual os trabalhos relativos à produção de novos foguetes estaria a decorrer em Sanumdong, perto da capital Pyongyang. Foi nesta estrutura que foi construído o míssil Hwasong-15, o primeiro foguete norte-coreano capaz de atingir território norte-americano.


A confirmar-se a veracidade dos elementos recolhidos pela inteligência norte-americana, trata-se de um sério golpe no acordo assinado em Junho entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder do regime ditatorial da Coreia do Norte, Kim Jong-un.


Apesar de genérico e pouco detalhado, em Junho Trump e Jong-un acordaram que Pyongyang implementaria medidas com vista à desnuclearização total da península coreana. No final de Abril, numa cimeira histórica na zona desmilitarizada entre as duas Coreia, Pyongyang e Seul haviam também alcançado acordo para desnuclearizar a região.


Depois da cimeira entre Trump e Jong-un, o presidente dos EUA escreveu no Twitter que a Coreia do Norte havia deixado de representar uma ameaça nuclear. E já na semana passada, Donald Trump fez referência, mostrando-se agradado, a imagens públicas que mostravam que Pyongyang tinha iniciado o processo de desmantelamento de uma importante infra-estrutura de construção de mísseis. No entanto, relatórios e fugas de informação denunciam que o regime ditatorial estará a desenvolver armamento secretamente.


Esta notícia surge uma semana depois de a CNN ter avançado, citando uma fonte conhecedora das intenções geoestratégicas da Coreia do Norte, que Pyongyang estaria disponível para negociar com Washington um acordo de paz abrangente e duradouro capaz de substituir o armistício que nos anos 1950 pôs fim à guerra da Coreia. No entanto, como nunca foi assinado um tratado de paz, tecnicamente a guerra da Coreia nunca terminou.


Ao longo das últimas semanas têm surgido informação que dão conta de que poderá ser ténue o compromisso da Coreia do Norte em trabalhar no sentido da desnuclearização completa da península coreana. São já vários os relatórios que apontam para a continuação do programa norte-coreano de desenvolvimento de armamento (mísseis) com capacidade para transportar ogivas nucleares. 


Perante as notícias da semana passada relacionadas com um alegado programa secreto de enriquecimento nuclear em locais secretos por parte de Pyongyang, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, reconheceu publicamente que a Coreia do Norte prossegue o desenvolvimento de material nuclear cindível assegurando, porém, que se registam "progressos". Num discurso realizado no primeiro dia de 2018, Kim Jong-un proclamava a intenção da Coreia do Norte em construir um poderoso arsenal nuclear.

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