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Como é a vida do herdeiro da Samsung na prisão

Jay Y. Lee, herdeiro da Samsung, encontra-se detido enquanto está a ser investigado por supostamente ter subornado a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye. Está numa prisão famosa por receber presos bilionários, mas onde também está um canibal onde a corda da forca marca presença. Isso não significa, contudo, que deixou de ser o chefe.

Reuters
26 de Fevereiro de 2017 às 11:00
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Lee não tem telemóvel nem computador e, tecnicamente, passa quase o dia inteiro na sua cela, mas tem permissão para se reunir com advogados numa sala separada durante o tempo que quiser. E pode muito bem, se o quiser, usar os advogados para comunicar com os funcionários da empresa e continuar a tomar decisões, comenta Kwon Young-june, professor-investigador da área de governança corporativa na Universidade Kyung Hee de Seul.

 

"Num país como a Coreia do Sul existe uma cultura atrasada", diz Kwon. "Os executivos podem conservar os seus cargos mesmo depois de presos porque eles também são donos das empresas que dirigem."

 

Os precedentes favorecem Lee. Os presidentes da Hanwha Group, Kim Seung-youn, e da SK Group, Chey Tae-won, continuaram a influir nas suas empresas mesmo depois de terem sido condenados por crimes e presos. E não apenas conservaram os cargos enquanto estavam na cadeia, mas ainda hoje os mantêm.

 

A TV é da LG

 

O empresário bilionário usa um uniforme-padrão azul do presídio, só pode sair uma hora por dia para fazer exercício e não tem acesso à Internet, segundo uma pessoa com conhecimento da sua situação. A cela tem uma TV – fabricada pela rival LG Electronics e só passa programação aprovada pelo estabelecimento prisional, disse a mesma fonte, que solicitou anonimato porque os detalhes não são públicos.

 

Lee, 48 anos, está preso para ser interrogado no âmbito de uma investigação de corrupção que levou ao "impeachment" da presidente Park Geun-hye. O vice-presidente da Samsung Electronics é acusado de suborno, perjúrio e outros crimes ligados a Park e a uma amiga. O suposto motivo de Lee teria sido obter apoio do governo para uma fusão corporativa que facilitaria o controlo do gigante de produtos eletrónicos de grande consumo.

 

A Samsung, quando questionada, referiu que Lee não dirige o conglomerado a partir do centro de detenção. "É muito cedo para especular sobre a gestão corporativa", respondeu a Samsung por e-mail. "Actualmente, a prioridade é preparar a defesa legal para que a verdade possa ser revelada nos futuros procedimentos legais. A Samsung Electronics tem uma equipa administrativa forte, chefiada por seus três CEO, que são responsáveis pelas operações comerciais."

 

"Vizinho" canibal

 

Lee está no Centro de Detenção de Seul, perto da cidade industrial de Anyang, a sul da capital. Entre outros detidos nessa prisão estão o ex-chefe de gabinete de Park, Kim Ki-choon, e Yoo Young-chul, um canibal que aguarda execução pelo assassinato de cerca de 20 pessoas.

 

O Ministério da Justiça da Coreia do Sul, que administra o sistema prisional, não quis tecer comentários sobre a vida de Lee na cadeia. O website do ministério diz que os presidiários fazem três refeições por dia com um valor nutritivo total de 2.500 calorias. E são servidos pratos especiais nos feriados nacionais.

 

O pai de Lee conseguiu evitar ser preso, apesar de ter sido condenado duas vezes quando chefiava a Samsung. Lee pai – o homem mais rico da Coreia do Sul, com uma fortuna estimada de 15,7 mil milhões de dólares – continua hospitalizado após sofrer um enfarte paralisante.

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