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Com mais economias paralisadas risco de recessão global é cada vez maior

O maior choque económico desde a crise financeira de 2008 aumenta o risco de uma recessão global.

14 de Março de 2020 às 10:00
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Uma recessão global provocada pela pandemia do coronavírus é cada vez mais provável a cada dia que passa com o aumento das restrições ao fluxo de bens, serviços e pessoas.

O presidente Donald Trump proibiu voos da Europa para os Estados Unidos, o governo da Itália ordenou o encerramento de que quase todas as lojas, a Índia suspendeu a maioria dos vistos e a Irlanda paralisou parcialmente o país. Outros países, sobretudo na Europa, seguiram os mesmos passos. O Twitter uniu-se a outras empresas e pediu que os funcionários trabalhassem em casa e a NBA suspendeu a temporada.

Embora estes anúncios tenham como objetivo conter o coronavírus, cada cidade em quarentena, voo cancelado, evento desportivo suspenso e conferência adiada afetarão a procura neste trimestre e, talvez, por mais meses. Já as compras motivadas por pânico de consumidores podem ser seguidas por meses de cautela com os gastos.

 

Investidores soaram o alarme de que os governos não estão a fazer o suficiente, com forte queda das ações globais e stress nos mercados de crédito, o que piora as perspectivas económicas.

O vírus "abalou a economia global e rapidamente provocou uma disrupção nos mercados financeiros", disseram economistas da Morgan Stanley liderados por Chetan Ahya num relatório a clientes, no qual alertaram para um "risco crescente" de recessão global.

"Nesta altura é necessária uma resposta rápida e significativa das autoridades de saúde pública, monetárias e orçamentais", disseram.

Há poucas semanas, a expectativa era de que a economia mundial seguisse uma trajetória em forma de V - forte queda no crescimento no primeiro trimestre, seguida por recuperação no segundo trimestre. Agora, o maior choque económico desde a crise financeira de 2008 aumenta o risco de uma recessão global, e o debate muda para o tempo e a profundidade da retração.

A China pode registar a primeira retração trimestral em décadas. Nos EUA, um modelo da Bloomberg Economics sugere uma probabilidade de 53% de a expansão de 11 anos terminar dentro de 12 meses. As economias do Japão, Alemanha, França e Itália já estavam a encolher ou estagnadas antes do surto do vírus, e o Reino Unido cambaleia no meio da incerteza do Brexit.

À medida que o vírus se espalha, cresce a ameaça de um fenómeno que os economistas chamam de "feedback loop" - um ciclo vicioso em que um país que começa a recuperar internamente sente o impacto da procura reduzida no exterior com a retração noutros países, prolongando a crise.

Na Pacific Investment Management, o consultor económico global Joachim Fels diz que os EUA e a Europa enfrentam a "possibilidade distinta" de recessão. O ex-secretário do Tesouro dos EUA, Larry Summers, colaborador da Bloomberg News, diz que o coronavírus pode ser a crise mais séria do século até agora e coloca as hipóteses de uma recessão nos EUA em 80%.

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