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Morgan Stanley: Recessão global é agora o "cenário base"
A previsão do Morgan Stanley aponta uma queda mais acentuada do que a registada em 2001, mas fica acima da contração a que se assistiu em 2009.
Os economistas do Morgan Stanley defendem que uma recessão da economia mundial é agora o "cenário base". Ressalvam, contudo, que a quebra não vai ser tão acentuada como a da crise financeira de há uma década atrás.
As previsões partilhadas pelo Morgan Stanley apontam para um crescimento a nível global de 0,9% para este ano, ou seja, uma marca baixa o suficiente para ser considerada uma recessão.
Este número representa uma travagem mais acentuada do que a registada em 2001 mas fica acima da contração de 0,5% relativa a 2009.
"Apesar da resposta em termos de políticas dar proteção, os danos implícitos do impacto da covid-19 e de condições financeiras mais apertadas vai resultar num choque substancial para a economia global", escreve a Morgan Stanley.
Segundo as mesmas previsões, a China vai sentir o impacto sobretudo no primeiro trimestre e o resto do mundo nos três meses subsequentes. A economia da zona euro deverá ser a mais afetada entre as economias mais desenvolvidas, com uma contração de 5% no ano.
Contudo, são possíveis cenários piores. Por um lado, uma duração mais prolongada dos efeitos dos vírus pode prejudicar. Por outro, a capacidade dos mercados financeiros, em particular dos credores, é decisiva, e contribuirá para uma recessão maior se congelar. Disrupções no terceiro trimestre, ainda como consequência do vírus, são outro dos fatores negativos a ter em atenção.
Estados Unidos assumem cenário de recessão
O presidente norte-americano, Donald Trump, já veio assumir que existe o risco de os Estados Unidos entrarem em recessão devido ao coronavírus.
No anúncio de novas diretrizes para lidar com o coronavírus, Trump disse que fará "o que for preciso" para travar a pandemia no país mas alertou que o fim do surto poderá "chegar apenas em agosto ou até depois disso". O presidente norte-americano também disse que o vírus "não está controlado" e reconheceu que a economia do país pode estar a mergulhar numa recessão.
As declarações do presidente contrastam com as do seu secretário de Estado, Steven Mnuchin, que no dia anterior se mostrou confiante de que o país poderia escapar a esse cenário.
As previsões para o declínio da atividade económica dos Estados Unidos no segundo trimestre variam entre os 5% e os 10%.