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China promete retaliar contra novas tarifas de Trump

Coube à porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros responder a Trump, que ontem avançou com novas tarifas aos produtos chineses.

Damir Sagolj/Reuters

Sempre que os Estados Unidos anunciam novas tarifas sobre os bens importados da China, o país asiático responde na mesma moeda. E desta vez não deverá ser diferente.

 

"Se os Estados Unidos implementarem as tarifas adicionais, a China terá que adotar as contra-medidas necessárias", disse Hua Chunying, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros. Esta é a primeira resposta oficial do Governo chinês ao anúncio efetuado ontem por Donald Trump.

 

O presidente norte-americano disse que a partir de 1 de setembro os EUA vão impor tarifas alfandegárias adicionais de 10% sobre o equivalente a 300 mil milhões de dólares de produtos chineses que entrarem no país. Isto depois dos reveses na tentativa de retoma das negociações comerciais entre Washington e Pequim.

 

Com estas tarifas, todos os produtos chineses passam a ter taxa adicional à entrada nos Estados Unidos, visto que já foram impostas tarifas de 25% sobre o equivalente a 250 mil milhões de dólares. O total passa assim a 550 mil milhões.

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês já tinha reagido a esta nova ronda de tarifas, mas sem fazer ameaças. "A imposição de taxas não é, de maneira alguma, uma forma construtiva de resolver as fricções económicas e comerciais", disse Wang, à margem da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que termina hoje em Banguecoque.

 

A China tem aplicado tarifas aos produtos importados dos EUA mas uma resposta na mesma ordem de grandeza é cada vez mais difícil, já que as exportações dos EUA para a China são bem inferiores aos produtos que a China exporta para os EUA.

 

Washington e Pequim retomaram na terça-feira a ronda de conversações com vista à obtenção de um acordo comercial, mas o encontro terminou sem quaisquer avanços.

 

Esta foi a primeira reunião entre os representantes das duas maiores economias do mundo desde maio, altura em que as negociações foram suspensas devido a um intensificar de fricções entre ambas as partes.

Trump, nos seus tweets de quinta-feira, não fecha as portas a um entendimento, dizendo que os EUA continuam a procurar prosseguir um diálogo positivo com vista a um acordo comercial.

Na semana passada, Trump tinha já refreado o entusiasmo dos mercados ao declarar que Pequim estava a "desiludir" por não estar a comprar produtos agrícolas americanos como combinado. 

iPhones e brinquedos na mira

 

As novas tarifas vão incidir sobre importantes produtos que até agora tinham escapado a um agravamento de taxas. É o caso de muitos brinquedos e do iPhone, o que está a fazer as cotações da Apple caírem em bolsa.

O "homem das tarifas", como Trump é conhecido, volta assim a pressionar os chineses, intensificando as tensões comerciais que se arrastam há mais de um ano. Mas os norte-americanos também sentirão na pele os efeitos deste aumento de taxas - os agricultores do país têm vindo a ser bastante penalizados pela retaliação de Pequim, especialmente no que diz respeito à soja que é exportada para a China.

 

Os dois países impuseram já taxas sobre milhares de milhões de produtos importados um do outro, numa guerra comercial iniciada há um ano pelos Estados Unidos e motivada pelas políticas industriais de Pequim, que visam transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

 

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