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Bruxelas concede licença sem vencimento a Georgieva e garante transparência
O presidente da Comissão Europeia decidiu hoje conceder uma licença sem vencimento à vice-presidente Kristalina Georgieva para esta poder candidatar-se à liderança das Nações Unidas, garantindo Bruxelas que haverá uma clara "separação de águas" durante o processo.
No início da conferência de imprensa diária do executivo comunitário, o porta-voz Margaritis Schinas indicou que "hoje, o presidente (Jean-Claude) Juncker anunciou a sua decisão de conceder à vice-presidente Kristalina Georgieva uma licença sem vencimento para lhe permitir concorrer ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas", tendo ainda decidido que o comissário Gunther Oettinger ficará "temporariamente responsável pelo portfolio do Orçamento e Recursos Humanos", a cargo da comissária búlgara.
A decisão de Juncker, apontou, foi tomada depois de o primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borissov, e de a vice-presidente lhe terem hoje comunicado a decisão de Georgieva ser a candidata da Bulgária à corrida a secretário-geral da ONU, e de a comissária ter solicitado uma licença sem vencimento, com o que o presidente da Comissão "concordou".
"Durante este período, Kristalina Georgieva e a Comissão Europeia assegurarão uma separação estrita entre actividades relacionadas com a sua candidatura e o seu trabalho como membro do colégio, de uma forma absolutamente transparente", acrescentou o porta-voz do executivo comunitário.
A Bulgária mudou a sua candidata ao cargo de secretário-geral da ONU, substituindo Irina Bokova por Georgieva, anunciou o primeiro-ministro do país.
Kristalina Georgieva, candidata apoiada pela chanceler alemã, Angela Merkel, é considerada a mais difícil adversária do ex-primeiro-ministro português António Guterres na corrida à liderança das Nações Unidas.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro búlgaro Boiko Borissov hoje em Sofia.
"Nós acreditamos que é uma candidatura de sucesso", disse o chefe do governo de centro-direita aos jornalistas na capital búlgara referindo-se a Kristalina Georgieva.
O nome de Irina Bokova tinha sido proposto pelos socialistas da Bulgária.