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Autoridades de Kiev acordam cessar-fogo com separatistas pró-russos

A nova ronda de conversações de Minsk chegou a bom porto e foi finalmente assinado um cessar-fogo entre o exército ucraniano e os representantes separatistas das auto-proclamadas repúblicas independentes de Donetsk e Luhansk. Trégua tem início às 16 horas em Lisboa.

Reuters
05 de Setembro de 2014 às 14:32
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O acordo para um cessar-fogo entre as autoridades de Kiev e os separatistas pró-russos foi finalmente alcançado há escassos minutos em Minsk, capital da Bielorrússia. A agência de notícias russa Interfax avança que as conversações entre os representantes da Ucrânia, da Rússia e das auto-proclamadas repúblicas populares independentes de Donetsk e de Luhansk chegaram a bom porto e a trégua terá início já a partir das 16 horas em Lisboa.

 

A Interfax acrescenta que o protocolo assinado faz referência a "14 pontos, incluindo todos os aspectos relacionados com o controlo no terreno, trocas de prisioneiros e outras questões".

 

Em Minsk, estiveram a representar a Ucrânia, o antigo Presidente Leonid Kuchma, a Rússia, o embaixador na Ucrânia, Mikhail Zurabov, os líderes das ditas repúblicas populares de Donetsk e de Luhansk, e ainda representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

 

O acordo chega depois de, na passada quarta-feira, o Presidente ucraniano Petro Poroshenko ter anunciado, após conversa telefónica com o Presidente russo Vladimir Putin, o estabelecimento de um cessar-fogo que viria, no entanto, a ser desmentido pelo Kremlin.

 

No diálogo entre os dois líderes, Putin acabou por fazer referência a um plano para a paz que deveria cumprir sete pontos, entre os quais se contava a necessidade de o exército de Kiev abandonar a ofensiva contra os separatistas nas regiões de Donetsk e Luhansk, o impedimento do recurso a meios aéreos para bombardeamentos nestas regiões e a abertura de um corredor humanitário em toda a região de Donbass, entre outras condições.

 

Paralelamente à nova ronda de Minsk, continuava e decorrerá ainda ao longo da tarde, o último dia da cimeira da NATO em Newport, País de Gales. O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, já anunciou, ao final da manhã, a aprovação da criação de uma força de resposta rápida contra qualquer ameaça de agressão russa e que deverá mobilizar "vários milhares de tropas" para o leste europeu.

 

A desconfiança dos líderes ocidentais, presentes em Gales, perante a bondade das reais intenções do Kremlin, relativamente à prossecução de uma solução pacífica para a crise na Ucrânia, fez com que corressem notícias da preparação, por parte de Bruxelas e Washington, de mais um novo pacote de sanções económicas contra a Rússia.

 

Sanções podem cair se Moscovo estiver comprometida com trégua

 

Ver-se-á, com o decorrer da tarde, se o Ocidente continuará com um processo de penalização das acções russas no Leste da Ucrânia ou se, em sentido inverso, aposta numa "détente" que permita um reaproximar de posições. Tal permitiria interromper a escalada de acusações e sanções que culminou com a mais recente decisão da NATO que passa pelo reforço da presença militar na Europa de Leste, designadamente para assegurar a protecção dos aliados Bálticos.

 

Para já, os ecos vindos da cimeira da NATO sobre a assinatura de um acordo de cessar-fogo indicam que as novas sanções podem cair desde que fique demonstrado um claro e verdadeiro compromisso russo com a trégua anunciada. Isto porque a comunidade internacional vem acusando o Kremlin de as suas declarações não serem acompanhadas pelas suas acções no terreno.

 

Em declarações à BBC, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Philip Hammond, admitiu o levantamento das sanções. "Se há um cessar-fogo, se está firmado e se vier a ser implementado, podemos olhar o levantamento das sanções", disse Hammond, que recorda a prevalência, entre os líderes presentes na cimeira da NATO, "de um grande cepticismo sobre se esta acção [trégua] se vai materializar e se o cessar-fogo será para valer".

 

Também a chanceler alemã Angela Merkel já teve oportunidade, segundo o Russia Today, para referir que a União Europeia encara a possibilidade de adiamento das sanções se o cessar-fogo se materializar e houver uma real distensão na crise no Leste da Ucrânia.

 

(Notícia actualizada às 14h57m e às 15h25m com mais informações)

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