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Ataque terrorista em França e Tunísia faz 28 mortos
Tunísia e França foram hoje palco de dois ataques terroristas, pela segunda vez este ano. Um terceiro ataque ocorreu no Kuwait.
Tunísia e França foram hoje palco de dois ataques terroristas. Há pelo menos 27 mortos e seis feridos em resultado de um ataque terrorista contra o hotel International Marhaba, em Sousse, na costa oriental da Tunísia, informou o Ministério do Interior, Mohamed Ali Aroui, à televisão nacional, cita a Lusa. O governo português já avançou que até agora não há conhecimento de portugueses entre as vítimas do atentado na Tunísia.
Fonte da segurança do hotel citada pelo Reuters afirma que o suspeito entrou nas instalações, de calções de banho e com um guarda-sol dentro do qual estava uma metralhadora, abrindo fogo indiscriminadamente contra as pessoas que ali estavam. "Pensava que era fogo-de-artifício e depois comecei a ver as pessoas a correr", contou uma das testemunhas a uma estação de rádio irlandesa. O autor do atentado, que acabou por morrer no local, era um estudante sem qualquer antecedente criminal.
No Kuwait, que tem sido um alvo regular dos ataques do grupo extremista do Estado Islâmico, agência de notícias oficial Kuna avança pelo menos 25 mortos e 202 feridos. O ataque suicida a uma mesquita xiita foi já reivindicado pelo grupo extremista.
Já em França, o ataque teve uma menor dimensão em números, mas não em barbaridade. A polícia encontrou um corpo decapitado junto de uma bandeira com inscrições em árabe, nas imediações de uma fábrica de gás, em Saint-Quentin-Fallavier, no leste do país, perto da cidade de Lion. A vítima, de 45 anos, era patrão do suspeito, entretanto detido. O sujeito, Yassin Salhi, de 35 anos entrou nas instalações, onde accionou diversos engenhos explosivos de pequena dimensão. Segundo fonte citada pela Lusa, a primeira equipa a chegar ao local conta ainda que a polícia desconhece a existência de possíveis cúmplices.
O ataque em França aconteceu por volta das 10 horas locais, seis meses depois do ataque à redacção do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, que matou 17 pessoas. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, ordenou um reforço da segurança em todos os locais relevantes na zona, adianta a APN. Ainda no início desta semana foi aprovada uma nova, e controversa, lei de segurança, que autoriza as autoridades francesas a espiarem comunicações digitais e móveis de suspeitos em investigações sobre terrorismo, sem a autorização prévia de um juiz.
O presidente francês, Francois Hollande, que se encontra na cimeira europeia a decorrer em Bruxelas já descreveu os ataques desta manhã como terroristas e avisa que serão tomadas todas as medidas necessárias para parar qualquer futuro ataque a um país ainda a recuperar do ataque terrorista islâmico em Janeiro deste ano, cita a Reuters. Sobre os ataques na Tunísia e Kuwait, Hollande pede às nações que trabalhem em conjunto para combater as ameaças à segurança. "Não existe qualquer outra ligação, o terrorismo é o nosso inimigo comum".
Oficialmente, ainda ninguém reclamou a autoria do ataque na Tunísia, mas esta não é a primeira vez que o Estado Islâmico ataca o norte de África, e já em Março deste ano admitiu a autoria do ataque terrorista ao museu de Bardo, na capital da Tunísia. Desde a Primeira Árabe, em 2011, que a Tunísia está a viver uma pacífica transição para a democracia, mas desde então tem sido um dos alvos principais de movimentos islamitas mais conservadores.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, já expressou a sua solidariedade com as vítimas e alertou que esta é uma ameaça que afecta todos os países. "Estes ataques aconteceram hoje na Tunísia e em França, mas podem acontecer em qualquer local. Todos nós enfrentamos esta ameaça", cita a Reuters.
Cameron sublinhou a importância da prevenção destas ameaças, que têm atraído e recrutado jovens adolescentes de vários países, incluindo Inglaterra. Em Fevereiro deste ano, três jovens adolescentes britânicas, entre 15 e 16 anos foram vistas pela última vez num aeroporto da Turquia, a caminho da Síria, depois de terem sido recrutadas pela célula terrorista ISIS (Estado Islâmico). "Temos de lidar com esta narrativa venenosa que está a transformar tantas jovens mentes e temos de a combater com tudo o que temos", declarou.
O Conselho do World Travel & Tourism já emitiu um comunicado a partilhar as condolências a todos os afectados pelos ataques desta sexta-feira, com especial foco na Tunísia. "O turismo tem um grande efeito social e na economia do país. É importante que as agências de viagens e os turistas continuem a suportar a Tunísia enquanto o governo toma as medidas necessárias para aumentar a segurança."
As autoridades e governo espanhóis já aumentaram o nível de alerta de três para quatro, numa escala de cinco, devido à "proximidade dos países" que foram alvo de ataquest terroristas. O primeiro-ministro espanhol já condenou de bárbaro os ataques na sua página do twitter.
Condeno firmemente el atentado cometido en Lyon. La barbarie tendrá siempre enfrente a la unión de los demócratas. #España con #Francia. MR
— Mariano Rajoy Brey (@marianorajoy) June 26, 2015