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Assange: "Não perdoo nem esqueço"

Na primeira reacção escrita depois de conhecida a decisão de arquivar o processo de alegada violação na Suécia, Julian Assange mostra-se indignado pelo tempo em que teve de se resguardar para evitar ser detido.

Reuters
19 de Maio de 2017 às 14:36
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Julian Assange, o activista que esta sexta-feira, 19 de Maio, viu a justiça sueca arquivar o processo de alegada violação que pendia contra si há sete anos, manifestou a sua indignação horas depois da ser conhecida a decisão, prometendo não "esquecer" nem "perdoar" o facto de ter ficado tanto tempo sem acusação.

"Detido por sete anos sem acusação enquanto o meu filho crescia e o meu nome foi insultado. Não vou perdoar nem esquecer," escreveu Assange na sua conta de Twitter, numa das primeiras reacções à notícia.


A procuradoria da Suécia anunciou esta sexta-feira que vai abandonar a investigação preliminar contra alegadas práticas de violação levadas a cabo pelo fundador da WikiLeaks, a rede que expôs práticas de Estados visando a vigilância de cidadãos, além de segredos diplomáticos e militares

"A procuradora geral Marianne Ny decidiu hoje descontinuar a investigação preliminar relativa à suspeita de violação envolvendo Julian Assange," lê-se num comunicado da procuradoria citado pela Reuters. O mandado de detenção europeu que pendia sobre ele também foi revogado.

Até 2020 - quando o processo prescreve legalmente - o caso pode ser reaberto se Assange (que sempre negou as acusações) entretanto regressar à Suécia.

A polícia britânica já fez saber, contudo, que deterá Assange assim que puser um pé fora da Embaixada do Equador em Londres, onde recebeu asilo político há cinco anos. O activista é procurado no Reino Unido por não ter comparecido em tribunal depois de apresentar fiança.

"O tribunal de Westminster emitiu um mandado de captura por não ter comparecido a tribunal a 29 de Junho de 2012. A polícia metropolitana de Londres está obrigada a executar o mandado assim que deixe a embaixada," disse a polícia de Londres, citada pela Reuters.

Assange fundou o site WikiLeaks em 2006, que quatro anos depois revelou informações secretas militares e diplomáticas sobre as guerras do Iraque e Afeganistão. Em Agosto de 2010 a procuradoria sueca emitiu um primeiro mandado de detenção por duas suspeitas de violação e de assédio, alegadamente denunciadas por duas mulheres.

Em Dezembro desse ano foi preso em Londres e solto sob fiança. Em Maio de 2012 o Supremo Tribunal britânico defende a sua extradição para a Suécia para responder pelas suspeitas e, no mês seguinte, Assange refugia-se na embaixada do Equador em Londres.

Em Agosto desse ano é-lhe concedido asilo político pelo Equador, sob argumentos de que pode haver violação dos direitos humanos caso seja extraditado. Três anos depois, em Agosto de 2015, a Suécia deixa cair as acusações de assédio sexual e coacção, mas mantém a de violação. Agora, cai também a de violação.
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