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Argentina volta a pedir ajuda financeira ao FMI
O presidente da Argentina anunciou que vai pedir um empréstimo ao Fundo para enfrentar o novo cenário internacional e evitar uma crise. O peso tocou no valor mais baixo de sempre face ao dólar.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou esta terça-feira, 8 de Maio, que deu início a conversações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para garantir um empréstimo que permita ao país evitar uma crise financeira, depois da forte desvalorização da sua moeda, que ameaça a recuperação económica.
O peso argentino tocou esta terça-feira no valor mais baixo de sempre frente ao dólar, com uma desvalorização de 5,70%, que elevou para mais de 13% a queda acumulada desde 26 de Abril.
De acordo com a Bloomberg, que cita uma fonte próxima das negociações, está em causa uma linha de crédito flexível no valor de 30 mil milhões de dólares, um instrumento "cautelar" disponibilizado pelo FMI para países que queiram reassegurar aos mercados que estão a seguir políticas económicas aprovadas pelo Fundo.
"Vamos começar hoje para garantir um maior apoio para enfrentarmos o novo cenário internacional e evitar uma crise", afirmou Mauricio Macri numa mensagem gravada a partir do palácio presidencial, citada pelo Financial Times.
Na mensagem, Macri deixou críticas à herança "desastrosa" que recebeu da anterior administração, que acusa de "demagogia e mentiras", defendendo que a sua estratégia económica "gradualista" é a única forma de acabar com anos de estagnação.
"O problema que temos hoje é que somos um dos países do mundo que mais depende de financiamento externo, como resultado da enorme despesa pública que herdámos, mas que estamos a recolocar em ordem", acrescentou Macri.
Em declarações aos jornalistas, em Buenos Aires, o ministro das Finanças da Argentina, Nicolas Dujovne, sustentou que o objectivo do pedido de apoio ao FMI é trazer "estabilidade ao mercado".
"Procuramos financiamento preventivo para a Argentina para trazer estabilidade ao mercado", afirmou. "Demos início a conversações com o FMI para termos uma linha de crédito preventiva, tendo em conta que o FMI deu um apoio claro ao nosso programa gradual".
A decisão do governo da Argentina é conhecida quatro dias depois de o banco central do país ter anunciado uma subida da taxa de juro de referência para os 40%, naquele que foi o terceiro aumento no espaço de uma semana.
O movimento foi insuficiente para travar a queda da moeda e deixou dúvidas sobre a capacidade do governo de conter a inflação que, de acordo com os últimos dados conhecidos (Fevereiro) se situa em 25,4%. O objectivo do banco central é baixar a inflação para os 15% em 2018.
(notícia actualizada às 18:34)