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Arábia Saudita corta salários dos ministros em 20%

A queda dos preços do petróleo levou a Arábia Saudita a acentuar as medidas de cortes dos gastos públicos, que vão afectar os funcionários públicos.  

Carlos Barria/Reuters
27 de Setembro de 2016 às 10:34
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A medida não é inédita, mas causa maior espanto por ser aplicada pela Arábia Saudita, um país que nos habituou no passado a ser notícia devido ao luxo. Desta vez acontece o contrário e a culpa é do petróleo, que está a causar danos nas contas públicas do país.


Para conter o elevado défice orçamental, a Arábia Saudita anunciou que não vai pagar bónus aos funcionários públicos e cortar os salários dos ministros em 20%. De acordo com um comunicado emitido pelo Executivo da Arábia Saudita, entre as medidas para cortar despesa pública consta ainda o cancelamento de aumentos salariais que estavam previstos para os funcionários públicos, bem como a descida do pagamento de subsídios.


Além disso, os salários dos deputados serão reduzidos em 15%. Aos funcionários públicos de topo deixarão de ser atribuídos carros e os ministros terão que pagar uma mensalidade pelos serviços de telecomunicações.


Medidas que, de acordo com a Bloomberg, dão um claro sinal à população da determinação do Governo em cortar os gastos públicos, numa altura em que o país regista o défice mais elevado entre as 20 maiores economias do mundo.


A culpa é do petróleo, pois a descida da cotação da matéria-prima deixou um país com as contas públicas desequilibradas. As previsões do FMI apontam para um défice de 13% do PIB este ano, abaixo dos 15% do ano passado.


Já o PIB deverá crescer apenas 1,1%, bem longe do crescimento médio de 6,5% entre 2000 e 2012, que foi largamente sustentado pelos gastos públicos e bons salários para os trabalhadores do Estado.  


Agora a Arábia Saudita está a dar um claro sinal de o tempo das "vacas gordas" é coisa do passado. Estas medidas fazem parte do plano de longo prazo delineado pelo filho do Rei. Prince Mohammed (na foto) pretende reduzir o peso dos custos com salários dos funcionários públicos para 40% da despesa pública.


A Bloomberg salienta que a austeridade que o governo saudita está a impor aos funcionários públicos pode ter um efeito negativo no consumo. No mercado bolsista as medidas já se fizeram sentir, com o principal índice de acções a afundar 2,65%.

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