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Xi Jinping poderá ficar no cargo indefinidamente
O Partido Comunista da China abriu caminho, este domingo, para que o limite de dois mandatos presidenciais previsto na constituição seja levantado. Xi Jinping já é visto no país como "imperador".
Pelas regras actuais, Xi Jinping, na presidência deste Março de 2013, não poderia fica no cargo além de 2023. O Partido Comunista da China (PCC), de que é secretário-geral, avançou este domingo com uma proposta para remover da constituição a cláusula que determina o limite de mandatos.
O anúncio foi feito pela agência de informação estatal Xinhua numa breve notícia: "o comité central do Partido Comunista da China propôs remover da Constituição a expressão onde se diz que o Presidente e o Vice-Presidente da República Popular da China não devem servir mais de dois mandatos consecutivos".
Ao nível da liderança do partido e da chefia militar este limite não existe formalmente, mas tem sido adoptado para fazer corresponder o cargo de secretário-geral do partido ao de Presidente do país.
Xi Jinping dá assim mais um passo na consolidação do seu poder, depois de o último congresso do PCC ter determinado a entrada dos seus pensamentos sobre o comunismo de características chinesas para a constituição, algo só conseguido por Mao Tse Tung.
Desde que tomou posse como secretário-geral, Xi Jinping operou mudanças de peso no PCC, afastando alguns dos seus líderes de topo no âmbito do combate à corrupção no país.
"Em teoria, ele pode servir mais tempo do que Mugabe, mas na realidade ninguém sabe exactamente o que pode acontecer", afirmou Zhang Lifan, um historiador e comentador político em declarações à agência Reuters.
A reforma constitucional tem de ser aprovada pelo Parlamento, o que não será um problema, uma vez que ele é composto sobretudo por membros leais ao PCC.
"Os títulos não têm na China a importância que têm no Oeste. Aqui o que importa é se você é o imperador. Na China, as pessoas comuns já consideram Xi Jinping como o imperador", comentou à Reuters Zhang Ming, professor de ciência política na Universidade Renmin, em Pequim.
A 5 de Março o Presidente chinês será empossado pelo Parlamento para um novo mandato de cinco anos, um passo essencialmente formal.