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Trump prepara saída dos EUA do Acordo de Paris

O presidente norte-americano tinha prometido para esta semana uma decisão sobre a presença dos EUA no acordo para combater as causas das alterações climáticas no planeta.

Reuters
31 de Maio de 2017 às 12:52
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Os Estados Unidos deverão desvincular-se do Acordo de Paris, que estabelece compromissos para o combate às causas das alterações climáticas globais. A notícia é avançada esta quarta-feira, 31 de Maio, pelo site Axios, que cita duas fontes não identificadas. Também a Fox News cita uma fonte não identificada que confirma a decisão de saída.

De acordo com aquele meio, um pequeno grupo, que inclui o director da agência ambiental EPA, está a discutir com a Casa Branca se a saída se fará renunciado ao acordo – processo que demoraria três anos – ou saindo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que suporta o Acordo, um caminho mais extremo mas mais rápido.


O presidente norte-americano Donald Trump tinha prometido no sábado passado, no final da reunião do G7 em Itália – onde os EUA não subscreveram o ponto relativo às alterações climáticas no comunicado final – que tomaria esta semana uma posição pública sobre o assunto. Essa posição oficial ainda não foi divulgada até ao momento.

No Twitter, ao início da tarde desta quarta-feira, Trump voltou a prometer revelar a sua posição "nos próximos dias".

"Vou anunciar a minha decisão sobre o Acordo de Paris nos próximos dias," escreveu.



A influenciar a decisão terá estado uma carta enviada por 22 senadores republicanos que defendiam a saída do país do Acordo de Paris. E nem a encíclica "Laudato Si", oferecida pelo papa Francisco na visita de Trump ao Vaticano e que tem subjacentes preocupações com as alterações climáticas, terá servido de dissuasor para o presidente.

O tratado, subscrito por quase 200 países em 2015, estabelece esforços para limitar a subida da temperatura média do globo acima de 2 graus centígrados face aos valores pré-industriais e compromete os signatários com esforços adicionais para limitar essa subida a 1,5 graus. O que levaria os EUA a comprometerem-se com a redução, até 2025, de entre 26% a 28% das emissões de gases com efeito de estufa gerados em 2005.

Promessa eleitoral

Desde a campanha eleitoral que Trump tem demonstrado cepticismo em relação ao papel da acção humana nas alterações climáticas, prometendo reverter a decisão de subscrever o tratado, tomada pelo seu antecessor Barack Obama. Desde logo, no final de Março, assinou uma ordem executiva que dá início à desmontagem do edifício legislativo climático de Obama, revendo o "clean Power Plan" e levantando uma moratória de 14 meses sobre a exploração de carvão em terras federais.


Já em Novembro, depois da eleição do novo chefe de Estado, a Bloomberg referia que a saída dos EUA de um acordo com esta magnitude fragilizaria o acordo e teria graves implicações diplomáticas, nomeadamente na forma como os outros países encarariam os Estados Unidos.

Na altura desenhavam-se as duas opções agora sobre a mesa: esperar três anos para poder pedir a desvinculação do acordo - que retém os EUA até 2020 presos ao documento -, ou a saída da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, a que os Estados Unidos aderiram em 1992 por george Bush pai.

Os EUA são a segunda nação mais poluente do mundo no que toca a emissão de gases com efeito de estufa, atrás da China. A União Europeia, como bloco, é a terceira mais poluente, seguindo-se Índia, Rússia e Japão. Só Síria e Nicarágua estão fora do acordo, refere a Reuters.

(Notícia actualizada às 14:11 com referência ao tweet de Donald Trump)

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