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Síria: EUA prometem agir em relação ao ataque químico se ONU não o fizer

A embaixadora norte-americana Nikki Haley alertou na quarta-feira que a Administração do Presidente Donald Trump vai agir contra os ataques químicos na Síria, se o Conselho de Segurança da ONU não o fizer.

Reuters
06 de Abril de 2017 às 07:43
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Haley pediu ao Conselho de Segurança, numa reunião de emergência, que aprove a resolução apresentada pelos Estados Unidos, Reino Unido e França que condena o uso de armas químicas e ameaça com consequências, em especial no ataque de terça-feira que matou dezenas de pessoas na província de Idlib, controlada pelos rebeldes.

"Há momentos nas Nações Unidas em que somos compelidos a agir colectivamente. Quando as Nações Unidas falham consistentemente nos seus deveres para agir colectivamente, há momentos na vida dos Estados em que somos compelidos a agir por nós próprios", afirmou.

"Pelo bem das vítimas, espero que o resto do Conselho esteja finalmente disposto a fazer o mesmo", acrescentou.

Haley (na foto) falou depois de a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, ter anunciado a oposição de Moscovo à proposta de resolução.

Zakharova chamou-lhe "categoricamente inaceitável" porque "antecipa-se aos resultados da investigação e nomeia um culpado, Damasco".

"A principal tarefa agora é fazer uma investigação objectiva ao que aconteceu", disse o vice-embaixador russo na ONU, Vladimir Safronkov, ao Conselho de Segurança.

"Até agora todos os relatórios falsificados sobre este incidente vieram dos capacetes brancos ou do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, baseado em Londres, que há muito foi desacreditado", disse.

Safronkov indicou que das 11:30 até às 12:30 de 4 de Abril, o Governo sírio realizou ataques aéreos na cidade de Khan Cheikhoun "num grande armazém de munições e equipamento militar".

Nesse complexo, disse, havia instalações para "produzir munições com uso de armas tóxicas" que deviam ter sido usadas no Iraque e em Alepo.

"O seu uso foi confirmado no ano passado pela Rússia e por especialistas militares. Os sintomas dos afectados em Khan Cheikhoun foram os mesmos daquelas pessoas afectadas no ano passado em Alepo", disse Safronkov.

O embaixador britânico junto da ONU, Matthew Rycroft, também disse ao Conselho que o ataque de terça-feira "tem todas as marcas" do regime do Presidente Bashar al-Assad.

"Temos todas as indicações de que este foi um ataque continuado que usou aeronaves durante várias horas. Vemos todos os sinais de um ataque que recorreu a um agente nervoso capaz de matar mais de cem pessoas e ferir outras centenas", disse Rycroft.

 

Com fotografias das vítimas nas mãos, Nikki Haley acusou a Rússia de bloquear acções e fechar os olhos "à barbaridade" dos três ataques químicos anteriores que os investigadores atribuíram ao governo sírio, ao vetar a resolução de final de Fevereiro, que iria impor sanções aos responsáveis.

"A verdade é que Assad, a Rússia e o Irão não têm interesse na paz. O governo ilegítimo sírio, liderado por um homem sem consciência, cometeu atrocidades indescritíveis contra o seu povo durante seis anos", afirmou a embaixadora.

A resolução proposta pelos Estados Unidos, Reino Unido e França condena o uso de armas químicas na Síria, especialmente na terça-feira, "nos termos mais fortes" e apoia a investigação da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPCW, na sigla inglesa).

A proposta sublinha que o Governo sírio, ao abrigo de anteriores resoluções do Conselho de Segurança, é obrigado a disponibilizar aos investigadores da OPCW informação sobre todos os planos de voo e operações aéreas a 4 de Abril, bem como os nomes dos comandantes e esquadrões de helicópteros.

De acordo com a proposta, os investigadores terão também acesso às bases aéreas, de possam ter sido lançados ataques com armas químicas.

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