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Qatar dá a mão a Trump e quer investir quase 9.500 milhões nos EUA
O investimento do estado do Qatar poderá dar um impulso adicional ao programa económico do presidente eleito dos EUA, que prometeu privilegiar projectos de infra-estruturas num investimento de 500 mil milhões de dólares.
A promessa deixada por Donald Trump na noite eleitoral, de reforçar o investimento em infra-estruturas para impulsionar a economia norte-americana, terá ganho um aliado de peso. O fundo soberano do Qatar, um dos maiores do mundo, está disponível para investir 10 mil milhões de dólares (9,4 mil milhões de euros à cotação actual) na construção e recuperação de grandes equipamentos.
A garantia foi deixada esta segunda-feira, 12 de Dezembro, pelo director executivo da Autoridade de Investimento do Qatar. O xeque Abdullah bin Mohamed bin Saud al-Thyani comunicou a intenção de investimento perante pelo menos um representante da administração cessante em Doha, avança a Reuters citando fonte próxima.
Não é claro se os 10 mil milhões farão parte de um pacote de 35 mil milhões de euros de investimentos nos EUA que tinham sido anunciados pelo mesmo fundo e que seriam aplicados entre 2016 e 2021. E tanto a Autoridade de Investimento do Qatar como a embaixada dos Estados Unidos no país recusaram comentar a notícia.
O Qatar - nomeadamente os seus aeroportos - foi tópico de discussão num dos debates entre Donald Trump e a sua adversária na corrida presidencial, a democrata Hillary Clinton. O agora presidente eleito apontou as diferenças entre a modernidade das aerogares do Qatar e do Dubai e a obsolescência dos dos Estados Unidos, nomeadamente LaGuardia e Newark.
Na noite eleitoral de 8 para 9 de Novembro, Trump deixou o compromisso de investir 500 mil milhões de dólares (cerca de 469 mil milhões de euros à cotação actual) ao longo de cinco anos na construção e beneficiação de estradas, aeroportos e pontes.
A Reuters refere que o investimento do Qatar, casa da maior base aérea norte-americana no Médio Oriente, poderá vir a reforçar laços entre o país e a administração Trump, num contexto em que os estados árabes receiam que a retirada das forças americanas na zona do Golfo beneficie a posição do Irão na região.