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Milhares de venezuelanos protestam contra Governo de Maduro

Milhares de venezuelanos saíram à rua em protesto contra o Governo. Foi também convocada uma greve geral para sexta-feira e o vice-presidente do partido de Maduro já anunciou que o exército tomará o controlo das empresas que se juntarem à greve.

27 de Outubro de 2016 às 09:37
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A oposição venezuelana denunciou que mais de 120 pessoas ficaram feridas e outras 147 foram detidas nas manifestações de quarta-feira em 24 cidades do país.

 

A denúncia foi feita pelo ex-candidato presidencial Henrique Capriles, que disse ainda que na cidade de Mérida (760 quilómetros a sudoeste de Caracas) as autoridades permitiram que "pistoleiros e encapuçados", membros de "grupos armados" simpatizantes do regime, atacassem os manifestantes.

 

O líder da organização não-governamental local Fórum Penal, de defesa dos Direitos Humanos, tinha anteriormente dado conta de mais de 20 feridos e 39 detidos em protestos contra o Governo na Venezuela na quarta-feira.

 

Por outro lado, o ministro do Interior e Justiça, Nestor Reverol, informou que numa das manifestações em  Miranda um polícia morreu e outros dois ficaram feridos.

 

"O Governo deve entender que deve respeitar a Constituição. Não há outra agenda. A nossa agenda é a Constituição. Para sair da crise, a mudança tem de ocorrer de forma pacífica, eleitoral, constitucional, democrática e com o povo mobilizado, exercendo os seus direitos", vincou.

 

O também governador do estado de Miranda frisou que a oposição iniciou uma "etapa de protestos, resultado do golpe de Estado" do Conselho Nacional Eleitoral, que suspendeu o processo para convocar o referendo para destituir o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

 

Por outro lado, destacou que os venezuelanos "responderam massivamente à tomada da Venezuela", referindo-se à convocatória para as manifestações de quarta-feira.

 

O Governo "tem de entender que a maioria está na disposição de tomar as ruas" para defender a Constituição, acrescentou.

 

"Se Maduro não reconsiderar, a 3 de Novembro vamos todos a Miraflores [Palácio presidencial], exigir que respeite o povo venezuelano", frisou.

 

Capriles disse ainda que além dos feridos e detidos, um jovem foi sequestrado por um membro de uma organização de esquerda em Mérida e que no estado de Vargas (norte de Caracas) foi atacada a sede do partido Vontade Popular, da oposição.

 

Para além da jornada de protesto nas ruas convocada para quarta-feira, a oposição venezuelana, reunida na aliança Mesa da Unidade Democrática (MUD), convocou uma greve geral de 12 horas para sexta-feira e uma manifestação junto ao palácio presidencial para 3 de Novembro.

 

A oposição quer realizar um referendo para destituir Maduro ainda este ano e tem acusado o Conselho Nacional Eleitoral de atrasar propositadamente a calendarização das diferentes etapas do processo, para protelar a saída do Presidente do poder.

 

A 21 de Outubro último o CNE adiou, "até nova ordem judicial", a recolha de assinaturas para a realização do referendo que estava prevista para 26, 27 e 28 de Outubro, depois de ter sido anunciado que foram anuladas, por tribunais, as assinaturas recolhidas na fase anterior do processo, correspondentes a 1% dos eleitores.

 

Se o referendo se realizar até 10 de Janeiro de 2017, deverão ser convocadas novas eleições presidenciais, segundo a legislação venezuelana. Depois dessa data, será o vice-presidente em funções a substituir Maduro até ao final da legislatura.

 

Exército vai ocupar empresas que aderirem à greve na Venezuela

O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela, no poder, anunciou na quarta-feira que o exército tomará o controlo das empresas que se juntarem à greve geral convocada pela oposição para sexta-feira.

 

"Falei com o Presidente [Nicolás Maduro]: as empresas que pararem [serão] tomadas pelos trabalhadores e as forças armadas", declarou Diosdado Cabello, deputado e vice-presidente do partido, considerado o número dois no campo de Maduro.

 

A oposição quer realizar um referendo para destituir Maduro ainda este ano e tem acusado o Conselho Nacional Eleitoral de atrasar propositadamente a calendarização das diferentes etapas do processo, para protelar a saída do Presidente do poder.

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