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Mais de 400 presos após ataque aos três poderes no Brasil

Depois dos ataques no domingo, os três edifícios acabaram por ser controlados. Entretanto, a CNN avança que haja mais de 400 presos e o governador de Brasília foi suspenso do cargo. A Meta já está a bloquear conteúdo nas suas redes sociais que incite à violência.

André Borges / EPA
09 de Janeiro de 2023 às 13:01
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A polícia brasileira retomou o controlo do principal edifício governamental ainda no domingo, depois de centenas de apoiantes do antigo presidente Jair Bolsonaro terem invadido os denominados três poderes, o Congresso, o Supremo Tribunal e o palácio presidencial.

O incidente, que relembra a invasão ao Capitólio nos Estados Unidos, levou já à detenção de mais de 400 pessoas por atos de vandalismo e destruição, de acordo com a CNN Brasil, que cita informações da polícia civil do distrito federal.

Ainda ontem ao final da noite, o presidente Lula da Silva visitou o edifício do Supremo Tribunal acompanhado de ministros, com o objetivo de avaliar os estragos causados. Esta segunda-feira o recém-eleito presidente brasileiro deverá reunir-se com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, durante a manhã, com os governadores ao final do dia e ainda realizar uma chamada telefónica com o primeiro-ministro português, António Costa.

Entretanto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou a desocupação, em 24 horas, dos acampamentos por parte dos apoiantes de Bolsonaro nas imediações dos quartéis generais, das estradas e edifícios. De acordo com a decisão, a desocupação deverá ser realizada pelas polícias militares dos Estados e do distrito federal, com o apoio das forças armadas e da polícia federal caso seja necessário.

Moraes determinou ainda o afastamento, por 90 dias, do governador do distrito federal, Ibaneis Rocha, aliado de Bolsonaro até que seja apurada o seu envolvimento neste ataque. Como principal preocupação está o facto de os ataques terem sido planeados pelo menos duas semanas antes em várias plataformas e a polícia federal apenas ter chegado duas horas depois ao local, de acordo com a Reuters.

Ao mesmo tempo, o ministro ordenou que as plataformas, como o Facebook, Twitter e TikTok bloqueiem contas de propaganda antidemocrática. A Meta, dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, já respondeu ao pedido e anunciou que vai começar a remover conteúdo que demonstre apoio ao ataque aos três poderes deste domingo.

Líderes mundiais reagem: China e Rússia condenam ataque

As reações por parte dos líderes políticos por todo o mundo continuam a chegar. A presidente da Comissão Europeia disse esta sexta-feira que "esta é uma preocupação para todos os defensores da democracia", lançando uma palavra de apoio para Lula, "que foi eleito de forma livre e justa".

Também o alto representante da União Europeia para a política externa, Josep Borrell, reagiu através de um comunicado, ao condenar "nos mais fortes termos, os atos de violência antidemocráticos" e expressando "todo o apoio ao presidente Lula e ao sistema democrático do Brasil".

O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou também que estes ataques não podem ser tolerados e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, condenou qualquer tentativa de prejudicar uma transferência de poder pacifica.

Também a Rússia já reagiu, através do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, dizendo que condenava "nos mais fortes termos" os atos dos que estão por trás da desordem. A China, através do porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Webin, disse estar "a acompanhar a situação cuidadosamente e opõe-se firmemente ao violento ataque contra as autoridades federais ocorrido no Brasil".

Congressistas democratas norte-americanos também reagiram, embora de forma diferente do presidente Joe Biden. Joaquin Castro e Alexandra Ocasio-Cortez, afirmaram que o antigo presidente Jair Bolsonaro, que se encontra na Florida, não devia ser permitido nos Estados Unidos e deveria ser extraditado para o Brasil.
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