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Heranças nos EUA deverão somar 36 biliões de dólares nos próximos 30 anos
Os ricos dos Estados Unidos não estão apenas a ficar mais ricos. Também estão a ficar mais velhos. E, felizmente para os filhos, devem deixar muito dinheiro no banco.
Cerca de 36 biliões de dólares serão transferidos de uma geração para outra nos próximos 30 anos, segundo um relatório divulgado esta semana pela gestora de ativos United Income. Nos Estados Unidos, os montantes das heranças já começaram a aumentar. Os americanos herdaram 427 mil milhões de dólares em 2016, segundo os dados mais recentes, um aumento de 119% em relação a 1989, mesmo após o ajustamento à inflação.
"Espera-se que o equivalente a quase duas vezes o tamanho do PIB dos EUA seja doado a instituições de caridade e herdeiros nas próximas décadas", disse o fundador da United Income, Matt Fellowes. "É um montante sem precedentes, quase incompreensivelmente grande".
Os beneficiários não são assim tão jovens. O estudo, que recorre a dados da Reserva Federal e académicos, mostra que entre 1989 e 2016 as famílias dos EUA herdaram mais de 8,5 biliões de dólares. Durante esse período, a idade média dos recetores aumentou em uma década, para 51 anos. Mais de 25% das heranças destinam-se agora a adultos com 61 anos ou mais.
"Em vez de fraldas e escola, as heranças são cada vez mais para despesas médicas e reformas", apontou Fellowes.
As heranças fazem parte de uma dinâmica que tem aumentado a desigualdade de riqueza entre gerações. Os americanos com menos de 50 anos detinham apenas 16% de todos os ativos investíveis em 2016, em comparação com 31% em 1989, segundo os dados sobre as Finanças dos Consumidores, publicados a cada três anos pela Fed. O restante estava nas mãos de pessoas com 50 anos ou mais.
A desigualdade etária é mais evidente quando comparamos os adultos mais jovens com os mais velhos. Em 1989, as famílias com elementos entre os 65 e os 75 anos tinham, em média, quase oito vezes mais património do que as famílias chefiadas por jovens de 25 a 35 anos. Até 2016, de acordo com uma análise da Fed de St. Louis, o baby boomer médio (uma pessoa nascida entre a Segunda Guerra e meados da década de 1960) tinha um património quase 13 vezes superior ao do típico millennial.
A herança mediana aumentou apenas cerca de 15.000 dólares em três décadas, mas mais do que duplicou para os 0,3% de americanos que receberam pelo menos 1 milhão de dólares. Em 1989, as suas heranças foram, em média, de 2,7 milhões de dólares, enquanto em 2016 foram de 6,6 milhões.