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FMI espera recessão de 12% este ano na Venezuela
A economia da Venezuela deverá passar por uma recessão de 12% este ano, com a crise política a anular a actividade económico e a inflação a subir para valores insuportáveis para os venezuelanos, diz o FMI.
De acordo com o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), a recessão deste ano será bem mais severa que a previsão dos técnicos do Fundo há três meses, quando escreveram que a quebra do Produto Interno Bruto (PIB) devia rondar os 7,4%.
A revisão dos valores é mais pessimista que todas as estimativas dos economistas inquiridos pela agência de informação financeira Bloomberg para este ano e também para o próximo, ano em que esperam uma recessão de 4,1%, que se segue a uma queda do Produto de 18% em 2016, a maior do mundo.
"Esta crise política coloca riscos significativos ao crescimento se continua a escalar ou se continuar por um período longo", escreveu hoje o director do FMI para hemisfério ocidental, Alejandro Werner.
"Se as condições de vida continuarem a deteriorar-se, a crise humanitária na Venezuela pode ficar fora de controlo, aumentando o número de pessoas que emigram para os países vizinhos", acrescentou o responsável.
O relatório do FMI não apresenta novos valores sobre a inflação na Venezuela, dizendo apenas que está "a caminho da hiper-inflação", mas em Abril os peritos antecipavam uma subida dos preços na ordem dos 720% este ano e 2.068% em 2018.
As manifestações a favor e contra Nicolás Maduro intensificaram-se desde o passado dia 01 de Abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.
Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória para uma Assembleia Constituinte, prevista para o próximo domingo.
A oposição insiste que a Constituinte acabará com o que resta da democracia no país e que será usada pelo Governo para se submeter aos interesses cubanos e avançar com um regime comunista ao estilo de Cuba.
Desde o início de Abril, pelo menos uma centena de pessoas morreu nas manifestações.
A União Europeia já apelou a Maduro para que suspenda o processo para uma Assembleia Constituinte e advertiu que "todas as opções", incluindo sanções, estão em cima da mesa.
Também os Estados Unidos admitiram impor sanções severas contra a Venezuela se for aprovada a Assembleia Constituinte promovida pelo Presidente.
O Governo venezuelano já iniciou a campanha para o escrutínio de 30 de Julho, quando serão eleitos os 545 membros da Assembleia Constituinte promovida pelo Presidente venezuelano Nicolás Maduro.