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Congressista republicano pede desculpa por revelar informação escutas a Trump

O republicano que preside à comissão das Informações da Câmara dos Representantes pediu desculpa em privado aos seus colegas democratas na quinta-feira, mas defendeu em público a transmissão de informação a Donald Trump sobre escutas.

Uma das cruzadas de Trump tem sido denunciar o que o Presidente dos EUA chama de 'manipulação cambial'. Usou o tema para atacar a China, acusando-a de manter o renmimbi artificialmente desvalorizado. E depois a Alemanha. Peter Navarro, o principal conselheiro de Trump para o comércio, veio afirmar que o país usa um euro 'amplamente subvalorizado' para ganhar vantagem comercial em relação aos Estados Unidos e a outros países da União Europeia. Os que consideram que a Alemanha é o país que mais beneficia com a moeda única não deixarão de concordar com Peter Navarro.
reuters
24 de Março de 2017 às 07:17
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Devin Nunes na quarta-feira transmitiu a Trump informação tipicamente secreta, sem dar conhecimento de tal aos restantes membros da comissão, o que lhe valeu uma série de críticas e a questionação da independência da investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas e eventuais contactos entre assessores de Trump e russos.

 

Devin Nunes revelou que as comunicações dos membros da equipa de transição de Donald Trump, e eventualmente também deste, podem ter sido escutadas de forma legal, mas partilhadas depois incorrectamente pela comunidade dos serviços de informações norte-americana.

 

A jornalistas, Nunes, que integrou a equipa de transição de Trump, afirmou que as comunicações interceptadas não parecem estar relacionadas com a investigação em curso do FBI aos contactos dos associados de Trump com russos ou qualquer mandado criminal. 

 

"O presidente [da comissão, Devin] Nunes partilhou informação com a Casa Branca que negou à comissão de Informações da Câmara dos Representantes. Ele não pode conduzir uma investigação credível assim", reagiu na quarta-feira o principal eleito democrata da comissão, Adam Schiff, na sua página na rede social Facebook. 

 

"Foi uma decisão minha", assumiu na quinta-feira Nunes, eleito pelo Estado da Califórnia. "Por vezes, toma-se a decisão certa, por vezes, a errada".

 

Um congressista conhecedor do assunto adiantou que Nunes se desculpou aos democratas, a quem prometeu trabalhar em conjunto e partilhar a informação relacionada com a investigação.

 

A Casa Branca rapidamente adoptou as revelações de Nunes, com Trump a afirmar que "de algum modo" sentia-se apoiado nas suas alegações de ter sido escutado.

 

Os críticos de Nunes também questionaram se o congressista californiano se tinha coordenado com Trump, de forma a dar a este uma cobertura para as suas queixas bombásticas de ter sido escutado por ordem do ex-Presidente Barack Obama.

 

Trump tem acusado Obama de ter ordenado escutas ao seu arranha-céus nova-iorquino em 2016. Mas Obama e os directores da polícia federal (FBI) e da Agência de Segurança Nacional (NSA) garantiram que não há provas que sustentem as acusações.

 

Nunes não disse como tinha sabido desta informação.

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