Notícia
Clinton vs. Trump III: marionetas, mulheres desagradáveis, "bad hombres" e mais uma vitória de Hillary
"Delírio em Las Vegas". Pode ter menos drogas do que o filme (e do que o livro), mas o debate desta noite arrisca-se a ser igualmente surreal. O terceiro e último frente-a-frente entre Hillary Clinton e Donald Trump terá lugar em Las Vegas e promete manter a agressividade do debate anterior, com o republicano cada vez mais longe da democrata nas sondagens. O debate começa às 02h e o Negócios fará uma cobertura minuto a minuto durante toda a noite.
- Ponto de situação: a que distância está Trump de Clinton
- 11 de Setembro, Columbine, problemas do sistema de saúde dos EUA e... Trump
- Trump com ligações a rede internacional de lavagem de dinheiro
- Colbert explica a raiz dos problemas de Donald Trump
- As mulheres não estão a dizer aos maridos que vão votar Clinton?
- Trump ganhar o debate pode não fazer diferença
- Eminem sobe a púlpito para atacar Trump
- Clinton tem hipóteses de vencer em Estados onde não é suposto estar na corrida
- Em 1988, Trump já falava de ser Presidente: "Quando faço algo, gosto de ganhar"
- Já agora, sobre o título do minuto-a-minuto... (agora no primeiro parágrafo)
- Mais de uma hora depois e ainda falámos no meio irmão de Obama
- Líder da campanha republicana: Trump vai trazer convidados que vão "expor o passado sórdido de Bill e Hillary"
- Quantas pessoas vão estar hoje a ver?
- Clinton responde com Mark Cuban
- Apoiantes de Trump imunes a fact-check
- A nova "maioria silenciosa" vota Clinton?
- Obama prefere uma barra de cereais a uma tangerina
- Hoje, o twitter fica por conta dos "detestáveis"
- Está na hora!
- Não há aperto de mão
- Este debate já traz uma inovação: começa com um assunto relevante e não com uma polémica
- Resposta de Trump sobre aborto não deve trazer mais mulheres para o seu lado
- Trump: "Temos aqui alguns bad hombres e vamos expulsá-los"
- Clinton: "Putin prefere uma marioneta"
- "Bad hombres" no topo das trends
- "Tu é que és a marioneta"
- Trump: "Não conheço essas mulheres"
- Vai conceder a derrota? Trump: "Vou pensar nisso quando chegar a altura"
- A resposta de Clinton: Trump até acha que os Emmys estão viciados
- Trump: "Such a nasty woman"
- Primeiro focus group foi mais convencido por Trump
- Trump nunca interrompeu tanto Hillary como esta noite
- Desviem-se, começou o spin
- Trump em 2016: "Putin não é o meu melhor amigo" - Trump em 2013: "Acham que Putin será o meu novo melhor amigo?"
- Krugman aproveita debate para discutir política orçamental
- Apostadores acham que Hillary ganhou com este debate
- Sondagens voltam a dar a vitória a Clinton no debate
- "Ohh! Suspense!"
- Veja o vídeo completo do debate
Com base apenas nas sondagens, o FiveThirtyEight, de Nate Silver, dá a Clinton 86% de hipóteses de vencer as eleições (antes do primeiro debate eram 55%).
O Upshot, do NYT, calcula que a probabilidade de uma vitória democrata é ainda mais elevada: 92%. No final de Setembro era 70%.
O site Real Clear Politics conclui que Clinton tem uma vantagem de 6,5 pontos percentuais na média das sondagens.
O Pollster, do Huffington Post, diz que há 95% de hipóteses de Clinton ganhar, estimando que a vantagem da ex-primeira-dama nas sondagens supera os oito pontos percentuais.
Leia o resto da notícia aqui.
Here it is! Opens today in NY & LA - but EVERYONE in the US will have access to it in the next 48 hrs. Stay tuned! pic.twitter.com/fQoeOCL7C6
— Michael Moore (@MMFlint) October 19, 2016
A juntar às provas encontradas pelo jornal internacional de língua inglesa está o facto conhecido de Trump, após ter sofrido uma série de falências que fizeram com os que os bancos não lhe quisessem emprestar mais dinheiro, andar em permanente busca de sócios dispostos a financiar os edifícios que ostentam o seu nome.
O FT refere que "ao longo dos anos, o candidato presidencial norte-americano reuniu uma colecção ecléctica de financiadores e colaboradores, alguns com passados duvidosos, com ligações ao crime organizado ou a esquemas fraudulentos". - Lusa
Por comparação, o primeiro e o segundo debates trazem, em média, mudanças nas sondagens de 2,6 e 2,1 pontos percentuais, respectivamente.
"You say Trump don't kiss ass like a puppet
'Cause he runs his campaign with his own cash for the fundin'
And that's what you wanted
A fuckin' loose cannon who's blunt with his hand on the button
Who doesn't have to answer to no one—great idea!"
No Utah - que vota republicano desde 1964 (!) - o risco é significativo, devido à presença de Evan McMullin. Nos últimos dias, uma sondagem colocou Clinton a apenas um ponto percentual de Trump. Uma outra mostra McMullin à frente.
Yet another poll shows Trump in serious danger of losing Utah:
— McKay Coppins (@mckaycoppins) October 19, 2016
McMullin 31%
Trump 27%
Clinton 24%
Johnson 5%https://t.co/NhmBnq0c2g pic.twitter.com/S8WXV1xKYP
Isto são boas notícias para Clinton, mas pode ser uma via pouco eficaz. O mais provável é ela acabar por não conquistar nenhum destes Estados. Seria melhor estar a ganhar vantagem em alguns "swing states" decisivos, como o Ohio, onde a corrida está renhida.
"Quando faço algo, gosto de ganhar. Acho que teria boas hipóteses [de ganhar as eleições]."
A entrevista - a partir dos 6 minutos do vídeo - é conduzida por Chris Wallace, curiosamente o moderador do debate desta noite.
Na fotografia, a responsável pela gestão da campanha de Donald Trump com o meio-irmão de Obama.
Malik Obama and I hanging post-debate prep today. He told me why he is a Republican and voting for @realDonaldTrump pic.twitter.com/sAGXDj4GHg
— Kellyanne Conway (@KellyannePolls) October 19, 2016
Um outro convidado que já se conhece é Pat Smith, a mãe Wayne Newton, consultor do Departamento de Estado norte-americano, que morreu durante o ataque de Benghazi. Mas deverá haver mais.
Bannon era até Agosto o presidente do Breitbart News, um site norte-americano de direita radical. É hoje um dos principais conselheiros de Trump e tem um papel decisivo na transformação da campanha eleitoral numa espécie de reality show.
My #debate ratings guess: 72 million. What's yours? https://t.co/jWaAKmhCyP pic.twitter.com/euFfWP7GFw
— Brian Stelter (@brianstelter) October 20, 2016
"You're wrong."
— CNN (@CNN) October 20, 2016
"You say I'm wrong."
"You are wrong."
"I am not wrong."
Mark Cuban & Rudy Giuliani #debate https://t.co/Q04T0GfMI5
W O W pic.twitter.com/JEbJKWqgxS
— Jorge Galindo (@JorgeGalindo) October 19, 2016
São eles: A "large number of Americans who were neither Black Panthers nor Klansmen, neither war hawks nor hippies, just basically normal middle-class white people who rejected Jim Crow without embracing Black Power, disliked the war but disliked communism even more".
Donald Trump defende que essa maioria silenciosa está do seu lado. Mas Matthew Yglesias, do Vox, argumenta que, a existir, esse grupo de pessoas mudou muito - são minorias e mulheres qualificadas - e agora é mais provável apoiar Hillary Clinton.
As transformações demográficas e sociais nos Estados Unidos podem ter feito com que antiga maioria silenciosa se tenha tornado hoje numa "minoria ruidosa".
I will be handing over my Twitter account to my team of deplorables for tonight's #debate#MakeAmericaGreatAgain
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 20, 2016
For the second straight #debatenight, Hillary Clinton and Donald Trump did not shake hands when introduced https://t.co/PAGkZYWhaF pic.twitter.com/ekIJuVRxMJ
— CNN (@CNN) October 20, 2016
Donald Trump foi questionado sobre a sua posição sobre Roe v. Wade, que reconheceu o direito ao aborto nos Estados Unidos. O republicano diz que, durante a sua Presidência, essa decisão do Supremo Tribunal de Justiça dos EUA seria anulada pelos juízes que ele nomearia e, posteriormente, essa decisão seria passada para os Estados. Uma resposta que talvez não caia bem entre as mulheres que Trump precisa desesperadamente de convencer.
O especialista em sondagens Frank Luntz conclui que a resposta não foi bem recebida pelos independentes do seu "focus group".
Trump saying he will appoint SCOTUS justices to overturn Roe v. Wade caused his numbers with independents to tank. pic.twitter.com/HIwoPjpDHE
— Frank Luntz (@FrankLuntz) October 20, 2016
.@HillaryClinton describes @realDonaldTrump as "puppet" of President Putin in angry clash over Russia https://t.co/ks93L08ZRN #debate pic.twitter.com/1YQfFFtidW
— BBC Breaking News (@BBCBreaking) October 20, 2016
You're the puppet!
— Nick Turse (@nickturse) October 20, 2016
No, you're the puppet!#debate pic.twitter.com/aPstLtYkyw
Hillary Clinton respondeu, enunciando os ataques de Trump a estas mulheres, nomeadamente o facto de ter dito sobre uma delas que "não seria a minha primeira escolha". A democrata repetiu depois uma frase que já tinha dito no segundo debate: "A América é grandiosa, porque é boa."
Trump conclui dizendo: "ninguém tem mais respeito por mulheres do que eu."
"Vou pensar nisso quando chegar a altura", respondeu ao moderador. "Os media são tão desonestos e tão corruptos... Envenenam as mentes dos eleitores. Acho que os eleitores vão perceber isso."
E depois foi mais longe: "Ela [Clinton] não devia ser autorizada a correr. Não devia ser autorizada a correr. Por isso é que [o sistema] está viciado."
Perante a insistência do moderador sobre a transição de poder, Trump disse que o deixaria em "suspense".
O focus group do Frank Luntz não gostou da resposta:
Voters want the candidates to support the election results. No excuses.
— Frank Luntz (@FrankLuntz) October 20, 2016
Hillary did. Trump did not. #Debate pic.twitter.com/LH7J4JPMC2
[Trump respondeu: "Devia ter ganho!"]
Já agora, este foi tweet do candidato republicano:
The Emmys are all politics, that's why, despite nominations, The Apprentice never won--even though it should have many times over.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 24, 2012
Clinton: There was a time when Trump was tweeting that the Emmys were against him https://t.co/LVQ8vh3OzL #Debate https://t.co/pktzXESHoN
— CNN (@CNN) October 20, 2016
A resposta de Trump: "Que mulher desagradável."
.@realDonaldTrump to @HillaryClinton: "Such a nasty woman" pic.twitter.com/3RsCYd7Abp
— POLITICO (@politico) October 20, 2016
Who won tonight's debate?
— Frank Luntz (@FrankLuntz) October 20, 2016
• 14 say Trump
• 12 say Clinton#DebateNight pic.twitter.com/jDV5RP9eno
All the interruptions: https://t.co/3h24ClzYyN pic.twitter.com/PV6IaPCgtw
— FiveThirtyEight (@FiveThirtyEight) October 20, 2016
LET'S GO TO THE PUNDITS FOR INSIGHT! pic.twitter.com/MWkYOHuLxI
— Jason Gay (@jasongay) October 20, 2016
Do you think Putin will be going to The Miss Universe Pageant in November in Moscow - if so, will he become my new best friend?
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 19, 2013
Leia aqui o artigo completo de Paul Krugman.
A sondagem da YouGov chegou à mesma conclusão que a CNN: 49% disseram que o debate foi ganho por Clinton, 39% por Trump.
POST-DEBATE POLL: Who won?
— YouGovUS (@YouGovUS) October 20, 2016
Hillary Clinton: 49%
Donald Trump: 39%
More: https://t.co/GxOP1m0OBr
"Guess I'll have to wait until Nov 9 to find out if we still have a country, if Trump feels in the mood for a peaceful transfer of power." pic.twitter.com/mKq8HiaZrc
— The Late Show (@colbertlateshow) October 20, 2016
Donald Trump está em contra-relógio. A menos de três semanas das eleições presidenciais, ainda não conseguiu estancar a sangria que está a sofrer nas sondagens. Neste momento está sete pontos percentuais atrás de Hillary Clinton na média dos inquéritos nacionais.
A gravação onde Trump admite beijar e apalpar mulheres sem o seu consentimento foi um momento decisivo na campanha e ainda estamos a assistir às ondas sísmicas provocadas pelo mesmo, com várias mulheres a acusarem o milionário do comportamento que ele próprio descreve na gravação.
A distância nas sondagens é problemática para Trump, porque é muito difícil recuperar uma distância tão grande a tão poucos dias da eleição. Além disso, a história recente mostra que os terceiros debates normalmente não fazem grande diferença nas intenções de voto. Sabendo disso, o republicano adoptou uma postura "Trump contra o mundo" nos últimos dias, criticando figuras destacadas do seu próprio partido, a parcialidade dos media e acusando até o sistema eleitoral norte-americano de estar "viciado".
Espera-se por isso um debate novamente muito agressivo da parte de dois candidatos que nem sequer se cumprimentaram no início do embate anterior. Aqui no Negócios, vamos acompanhar tudo minuto a minuto.