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Bolsonaro pede desculpas a deputada por ter dito que ela "não merecia ser violada"

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, pediu hoje desculpas publicamente, por determinação judicial, à deputada Maria do Rosário, do Partido dos Trabalhadores, por ter afirmado, em 2003, que ela "não merecia ser violada".

Reuters
13 de Junho de 2019 às 21:08
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"Em razão de determinação judicial, venho pedir desculpas publicamente pelas minhas falas passadas dirigidas à deputada federal Maria do Rosário Nunes. Naquele episódio, no calor do momento, (...) retorqui afirmando que ela 'não merecia ser violada'", refere Bolsonaro num comunicado publicado nas redes sociais.

 

Na nota, o chefe de Estado recorda que, nessa altura, tinha sido "injustamente ofendido" pela deputada, que o chamou de "violador".

 

O caso ocorreu em 2003, numa acesa discussão entre Jair Bolsonaro, então deputado, e Maria do Rosário.

 

Mais tarde, em 2014, Bolsonaro voltou a repetir as declarações, afirmando na Câmara dos Deputados, e em entrevista ao jornal Zero Hora, que Maria do Rosário não merecia ser violada por ser "muito feia" e por "não fazer" o seu "tipo".

 

O atual governante foi posteriormente condenado a pagar 10 mil reais (2.300 euros) de indemnização à deputada por danos morais e ainda recorre um outro processo criminal, que foi entretanto suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que no Brasil é proibido processar um Presidente por crimes cometidos fora do mandato.

 

Em maio deste ano, a Justiça determinou que o valor fosse pago em até 15 dias úteis e que Bolsonaro publicasse um comunicado de retratação.

 

Na nota hoje divulgada, o Presidente do país sul-americano manifesta ainda seu "integral e irrestrito respeito às mulheres", frisando ter defendido penas mais severas para os condenados por violação, como a castração química.

 

Bolsonaro acrescenta que no dia da sua tomada de posse presidencial, em 01 de janeiro deste ano, "o protagonismo foi feminino, tendo a primeira dama discursado antes mesmo do Presidente".

 

"Reitero, portanto, que as mulheres brasileiras constituem uma prioridade de meu Governo, o que tem sido e será sempre demonstrado através de ações concretas", afirmou o mandatário.

O processo criminal contra Jair Bolsonaro poderá ser retomado quando este deixar a presidência do Brasil, o que acontecerá em 01 de janeiro de 2023, desde que não seja reeleito por um período de mais quatro anos nas presidenciais de 2022.

 

Bolsonaro já enfrentou protestos de grupos de mulheres contra a sua candidatura nas eleições presidenciais de 2018.

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