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Sonangol em bolsa só final do próximo ano. Angola revê crescimento em 2,7%

A ministra das Finanças de Angola estimou esta terça-feira que o processo de privatização parcial da Sonangol só esteja pronto daqui a 12 a 18 meses.

DR
17 de Maio de 2022 às 13:29
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Na entrevista concedida durante a conferência 'Bloomberg Invest: Focus on Africa', a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, disse que a principal empresa angolana "ainda está num momento complexo" e salientou que o processo de reestruturação demora tempo.

"Ainda estamos num momento complexo na Sonangol, está num processo de reestruturação, daqui a um ano ou ano e meio estaremos mais confortáveis para avançar com a 'due dilligence' e depois vender uma posição minoritária", disse a governante, quando questionada pela Bloomberg sobre o andamento do processo.

"Ainda não há uma data fixa para o IPO (Oferta Pública de Venda), daqui a 12 ou 18 meses é uma perspetiva objetiva, mas depende da rapidez com que avancemos relativamente aos ativos que a Sonangol está a privatizar, e outros ativos que está a recuperar e que precisam de estar nas contas", explicou a governante.

Em termos de execução financeira, o valor contratualizado totaliza cerca de 850,1 mil milhões de kwanzas (1,4 mil milhões de euros), sendo o valor recebido 469,6 mil milhões de kwanzas (787,4 milhões de euros) e por receber 380,5 mil milhões de kwanzas (638 milhões de euros).

Na mesma entrevista, questionada sobre África, Vera Daves de Sousa deixou ainda uma nota sobre a revisão da previsão de crescimento do PIB angolano para este ano que foi de 2,7% "considerando o mesmo ritmo de 1,14 milhões de barris de petróleo por dia e um preço a rondar os 100 dólares".

Angola saiu da recessão que durava desde 2016 no ano passado, registando um crescimento de 0,7%, e previa aprofundar a recuperação, com uma expansão económica de 2,4% este ano.

Na entrevista concedida durante a conferência 'Bloomberg Invest: Focus on Africa', a ministra das Finanças foi também questionada sobre a possibilidade de Angola aumentar as exportações de petróleo e gás para a Europa, compensando a quebra nas vendas à Rússia.

"Sim, temos a vontade política e abertura para o fazer, mas precisamos de muito trabalho de casa para conseguir dar resposta a essa necessidade da União Europeia", respondeu Vera Daves de Sousa, salientando que entre o investimento e o retorno passam anos.
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