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FMI: Moçambique vai continuar em "default" até 2023
O FMI estima que Moçambique vai estar mais cinco anos em incumprimento no pagamento de um empréstimo de 2 mil milhões de dólares.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que Moçambique não vai conseguir, nos próximos cinco anos, efectuar qualquer reembolso de dívida aos credores com quem está em incumprimento.
A informação consta de um relatório elaborado pela instituição liderada por Christine Lagarde mas que ainda não foi tornado público, pois não foi ainda aprovado pela administração do FMI.
De acordo com o documento, a que a Bloomberg teve acesso, Moçambique acumulou dívidas em atraso no valor de 710 milhões de dólares, sendo que parte deste montante foi escondido do FMI.
Diz a agência de notícias que este relatório do FMI deverá assumir um papel fundamental nas discussões para reestruturar a dívida de Moçambique, que vão ter início em Londres a 20 de Março.
O país africano entrou em incumprimento no ano passado, quando não cumpriu o reembolso sobre uma dívida "oculta" de 2 mil milhões de dólares, que foi contraída em 2013 e 2014 por várias empresas públicas, e só descoberta em 2016.
O FMI acredita que as autoridades moçambicanas pretendem que a situação de incumprimento nestes empréstimos de 2 mil milhões de dólares se prolongue até 2023, altura em que o país vai começar a produzir gás natural.
O relatório do FMI defende que as três empresas públicas que contraíram esta "dívida oculta" - Ematum, Proindicus e MAM – devem ser liquidadas e os seus activos integrados no Estado.