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Ex-banqueiro do Credit Suisse admite ter recebido milhões com esquema junto de empresas moçambicanas
O ex-banqueiro identificou as empresas envolvidas: Proindicus, Moçambicana de Atum e Mozambique Asset Management, refere a Bloomberg.
Um ex-banqueiro do Credit Suisse admitiu ter recebido milhões de dólares no âmbito de um esquema que envolveu 2.000 milhões de dólares (1.781 milhões de euros) em empréstimos a empresas estatais moçambicanas, noticiou a Bloomberg.
Andrew Pearse, de 49 anos, antigo diretor-geral da instituição financeira suíça, admitiu a culpa no processo de fraude, num tribunal federal em Brooklyn, Nova Iorque.
De acordo com a agência financeira Bloomberg, não ficou claro se Pearse está ou não a cooperar com as autoridades norte-americanas. A sua confissão e outros relatos sobre o esquema estão agora sob sigilo. A sua advogada, Lisa Cahill, e Mark Bini, um procurador federal, rejeitaram comentar o assunto no final da audiência.
Pearse é o segundo gestor do banco Credit Suisse a assumir a culpa no processo de fraude e de esquema de lavagem de dinheiro.
Detelina Subeva, ex-vice-presidente da unidade financeira global da instituição, tinha confessado em maio o seu envolvimento numa conspiração de 'lavagem' de fundos.
A porta-voz do Credit Suisse Karina Byrne escusou-se a comentar o caso.
De acordo com a Bloomberg, Pearse, que enfrenta até 20 anos de cadeia, admitiu ter ajudado a arranjar empréstimos bancários a três empresas detidas e controladas pelo Governo Moçambicano e ter recebido milhões de dólares em troca.
O ex-banqueiro identificou as empresas envolvidas: Proindicus SA, Moçambicana de Atum SA, ou Ematum, e Mozambique Asset Management (MAM), refere a Bloomberg.
A Proindicus deveria realizar vigilância costeira, a Ematum participava na pesca do atum e a MAM visava a construção e manutenção de estaleiros, segundo os procuradores.
O ex-ministro das Finanças moçambicano Manuel Chang, três ex-banqueiros do Credit Suisse e um mediador da Privinvest foram detidos em dezembro a pedido da justiça norte-americana.
A investigação alega que a operação de financiamento de 2,2 mil milhões de dólares (1,97 mil milhões de euros) para criar as empresas públicas moçambicanas Ematum, Proindicus e MAM durante o mandato do Presidente Armando Guebuza é um vasto caso de corrupção e branqueamento de capitais.
Em fevereiro, foram detidas várias pessoas pela justiça moçambicana - entre as quais próximos do ex-chefe de Estado moçambicano - que tinha o caso aberto desde 2015, mas sem nenhuma detenção.
O país viu cortada a ajuda externa em 2016 depois de reveladas as dívidas.
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