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Três alemães condenados no Reino Unido por corrupção em Angola
Três executivos da subsidiária britânica do grupo alemão Bertling foram condenados por corrupção. O tribunal deu como provado pagamentos ilegais a um funcionário da Sonangol entre 2004 e 2006. A identidade do corrompido não foi revelada.
Três antigos executivos da subsidiária britânica do grupo alemão Bertling foram condenados esta sexta-feira por corrupção relativa a pagamentos feitos a um empregado da petrolífera angolana Sonangol.
A sentença do tribunal londrino resulta de uma investigação da agência britânica Serious Fraud Office (SFO) aos negócios da Bertling, uma empresa de logística e transportes, em Angola e aos pagamentos ilícitos de cerca de 20 milhões de dólares (17 milhões de euros) a um responsável da Sonangol.
Todos de nacionalidade alemã, Joerg Blumberg, Dirk Juergensen e Marc Schwieger foram condenados a 20 meses de prisão, com pena suspensa durante dois anos, e ao pagamento de 20 mil libras (22,3 mil euros), além de terem perdido a capacidade de assumirem cargos de administradores durante cinco anos.
Marc Schweiger era o director responsável pelo mercado africano quando os pagamentos tiveram lugar, entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2006, enquanto Joerg Blumberg era o director financeiro do grupo Bertling e Dirk Juergensen era o director da subsidiária da Bertling no Reino Unido.
Segundo o SFO, os responsáveis recorreram à corrupção para conseguir contratos com a Sonangol, porém não revelou a identidade do responsável da empresa angolana.
Ao ler a sentença no tribunal de Southward, em Londres, o juiz Jeffrey Pedgen considerou que o crime "causa um impacto ambiental significativo e prejudica a comunidade, especialmente em países em desenvolvimento, de transacções de negócios decentes e honestas".
Segundo um comunicado da SFO, o juiz determinou que "cada um dos réus desempenhou um papel significativo na actividade fraudulenta, que implicou conversas e planeamento e decorreu durante um ano inteiro com proveito financeiro para a empresa".
O julgamento foi uma consequência de uma lei britânica para a prevenção da corrupção por empresas britânicas, mesmo que seja fora do Reino Unido.
Giuseppe Morreale e Stephen Emler, outros dois empregados da Bertling, declararam-se culpados, mas só vão conhecer a sentença num outro julgamento, em Setembro de 2018, tal como a própria F.H. Bertling.
Um outro responsável, Ralf Petersen, também assumiu envolvimento, mas entretanto morreu, enquanto Peter Ferdinand foi ilibado.