Notícia
Sonangol desmente demissão de Isabel dos Santos
Correu na rede Whatsapp uma nota de imprensa atribuída à Presidência da República de Angola, anunciando a demissão de Isabel dos Santos da Sonangol. Fonte oficial da petrolífera angolana desmente esta informação,
Em Portugal esta notícia foi avançada pela RTP, mas segundo o Negócios apurou trata-se de mais uma notícia falsa, prática que tem sido habitual nas últimas semanas em Angola.
Nos últimos dias a pressão sobre Isabel dos Santos e as notícias relativas à sua saída têm sido uma constante, sinal de que a gestora se encontra sob fogo cruzado e são muitas as pressões para que o presidente angolano, João Lourenço, a demita.
Nessas notícias falsas, veiculadas através do WhatsApp, a saída de Isabel dos Santos é definida como "o grito de vitória do povo oprimido que se verá livre do casulo de lusitanização do sector estratégico e nevrálgico da nação angolana" e a sua putativa demissão por parte de João Lourenço é classificada com um "acto heróico e soberano".
A realidade é que em Angola o momento político é de "mosquitos por cordas". Reina a contra-informação e o actual Presidente da República, João Lourenço, e o ex-Presidente e líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, aparentam estar numa trajectória de afastamento.
Estes rumores alimentam-se de factos, tais como as demissões de Walter Filipe e de Carlos Sumbula, dos cargos de governador do Banco Nacional de Angola e da Endiama (empresa diamantífera angolana), figuras tidas como muito próximas de José Eduardo dos Santos e desembocam na exoneração de Isabel dos Santos. E a pressão para a sua saída da Sonangol é cada vez maior.
Este clima de tensão é descrito pelo jornalista Gustavo Costa, que assina esta sexta-feira, 3 de Novembro, no Novo Jornal, a coluna de opinião "Palavra de Honra" na qual escreve: "O sr. João [Lourenço] está metido num vespeiro de abelhas alimentado por um sistema que faz da intriga o alimento visceral da politiquice e a principal fonte de abastecimento e de sobrevivência de muitos dos seus mais altos agentes."