Notícia
Operação Fizz: Nome de Manuel Vicente eliminado com recurso a x-acto
Antiga funcionária do DCIAP, ouvida esta terça-feira em tribunal, disse que Orlando Figueira exigia que o nome do ex-vice-presidente angolano fosse removido dos autos do caso Portmill.
Negócios
06 de Março de 2018 às 21:16
Isabel Conceição, antiga funcionária do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, contou esta terça-feira em tribunal como cumpria as ordens do ex-procurador Orlando Figueira relativamente aos processos judiciais contra o ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente (na foto).
Segundo explicou aos juízes, Orlando Figueira exigia que o nome do antigo vice-presidente de Angola fosse removido dos autos do caso Portmill. Além disso, revelou, era-lhe também exigido que cumprisse com mais rapidez os actos processuais relativos a casos que incluíssem Vicente, refere a Sábado.
"Se passasse corrector branco, notava-se. Se usasse um marcador preto, também se ficava a notar. Experimentei de várias formas, tirei fotocópias, e a única hipótese foi cortar com um x-acto", revelou durante a audiência, citada pelo Observador, admitindo que "nunca" tinha cumprido "um despacho assim" e que teve que pensar como o poderia cumprir.
Quando questionada por uma das juízes assistentes sobre o facto de não ter pedido ajuda a Orlando Figueira para cumprir o despacho, perante as dificuldades sentidas, respondeu que não questionava as ordens recebidas.
O processo Operação Fizz, que tem ainda como arguidos o engenheiro Armindo Pires e o advogado Paulo Blanco, assenta na acusação de que Manuel Vicente corrompeu Orlando Figueira, com o pagamento de 760 mil euros, para que este arquivasse dois inquéritos, um deles o caso Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril.
Manuel Vicente foi acusado de corrupção ativa, mas o seu processo foi separado da Operação Fizz no início do julgamento, numa altura de grande tensão nas relações diplomáticas entre Angola e Portugal e vários apelos públicos ao desanuviamento das mesmas.
Segundo explicou aos juízes, Orlando Figueira exigia que o nome do antigo vice-presidente de Angola fosse removido dos autos do caso Portmill. Além disso, revelou, era-lhe também exigido que cumprisse com mais rapidez os actos processuais relativos a casos que incluíssem Vicente, refere a Sábado.
Quando questionada por uma das juízes assistentes sobre o facto de não ter pedido ajuda a Orlando Figueira para cumprir o despacho, perante as dificuldades sentidas, respondeu que não questionava as ordens recebidas.
O processo Operação Fizz, que tem ainda como arguidos o engenheiro Armindo Pires e o advogado Paulo Blanco, assenta na acusação de que Manuel Vicente corrompeu Orlando Figueira, com o pagamento de 760 mil euros, para que este arquivasse dois inquéritos, um deles o caso Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril.
Manuel Vicente foi acusado de corrupção ativa, mas o seu processo foi separado da Operação Fizz no início do julgamento, numa altura de grande tensão nas relações diplomáticas entre Angola e Portugal e vários apelos públicos ao desanuviamento das mesmas.