Notícia
Moody's: Angola vai sair da recessão este ano e crescer 2,7%
O analista da agência de 'rating' Moody's que segue Angola disse hoje, em entrevista à Lusa, que a previsão de crescimento foi revista em alta para 2,7%, marcando o fim da recessão dos últimos cinco anos.
17 de Março de 2021 às 15:40
"Acabámos de rever a nossa previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola para 2,7% este ano", face aos 1,2% que a Moody's previa em setembro do ano passado, disse Aurelien Mali.
"A recuperação está sustentada no facto de o preço do petróleo ter estado a subir desde o nível mais baixo de 2020, prevendo um preço médio de 50 dólares por barril este ano, o que significa que se for cumprido e se a produção se mantiver estável nos 1,2 ou 1,3 milhões de barris por dia, tendo em conta os 39 dólares previstos no orçamento, e se for bem implementado, espacialmente nas despesas de capital, isso vai sustentar o crescimento económico", disse o analista na entrevista à Lusa, feita através de videoconferência a partir do Dubai.
"A receita adicional que o Governo angolano vai receber tendo em conta a evolução do preço do petróleo face ao preço previsto no Orçamento pode melhorar as contas públicas, permitindo limpar dívida atrasada ou apoiar as reservas internacionais", apontou o analista.
Em 2020, adiantou, as Reservas Internacionais Líquidas ficaram ligeiramente acima de 8 mil milhões de dólares (6,75 mil milhões de euros), "um pouco acima do acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), devido ao apoio de instituições financeiras internacionais, repatriação de parte do Fundo Soberano, empréstimo adicional de 750 milhões de dólares [630 milhões de euros] do FMI e, muito importante, a reestruturação da dívida de um credor chinês, que valeu 2,4 mil milhões de dólares [2 mil milhões de euros] no ano passado, e deverá beneficiar de mais 2,5 mil milhões de dólares [2,1 mil milhões de euros] este ano".
Este ano, continuou, a situação parece ainda melhor, já que "as reservas poderão subir pela primeira vez desde há bastante tempo, principalmente com a manutenção elevada dos preços do petróleo, mas por outro lado a instabilidade macroeconómica vai manter-se porque a inflação está muito alta, com uma grande depreciação do kwanza nos últimos três anos", alerta.
Ainda assim, o analista mostra-se otimista: "A inflação deve começar a descer no final deste ano e a estabilização da taxa cambial pode levar a uma queda muito significativa do rácio da dívida sobre o PIB", disse Aurelien Mali.
A Moody's desceu em setembro o 'rating' de Angola pela segunda vez em 2020, afundando-o ainda mais em território de não investimento, e antevê que a economia tenha caído 4,2% no ano passado.
Prevê também que o segundo maior produtor de petróleo tenha tido uma dívida pública equivalente a 119,1% do PIB no ano passado, descendo para 100% este ano e 89,6% em 2022.
"A recuperação está sustentada no facto de o preço do petróleo ter estado a subir desde o nível mais baixo de 2020, prevendo um preço médio de 50 dólares por barril este ano, o que significa que se for cumprido e se a produção se mantiver estável nos 1,2 ou 1,3 milhões de barris por dia, tendo em conta os 39 dólares previstos no orçamento, e se for bem implementado, espacialmente nas despesas de capital, isso vai sustentar o crescimento económico", disse o analista na entrevista à Lusa, feita através de videoconferência a partir do Dubai.
Em 2020, adiantou, as Reservas Internacionais Líquidas ficaram ligeiramente acima de 8 mil milhões de dólares (6,75 mil milhões de euros), "um pouco acima do acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), devido ao apoio de instituições financeiras internacionais, repatriação de parte do Fundo Soberano, empréstimo adicional de 750 milhões de dólares [630 milhões de euros] do FMI e, muito importante, a reestruturação da dívida de um credor chinês, que valeu 2,4 mil milhões de dólares [2 mil milhões de euros] no ano passado, e deverá beneficiar de mais 2,5 mil milhões de dólares [2,1 mil milhões de euros] este ano".
Este ano, continuou, a situação parece ainda melhor, já que "as reservas poderão subir pela primeira vez desde há bastante tempo, principalmente com a manutenção elevada dos preços do petróleo, mas por outro lado a instabilidade macroeconómica vai manter-se porque a inflação está muito alta, com uma grande depreciação do kwanza nos últimos três anos", alerta.
Ainda assim, o analista mostra-se otimista: "A inflação deve começar a descer no final deste ano e a estabilização da taxa cambial pode levar a uma queda muito significativa do rácio da dívida sobre o PIB", disse Aurelien Mali.
A Moody's desceu em setembro o 'rating' de Angola pela segunda vez em 2020, afundando-o ainda mais em território de não investimento, e antevê que a economia tenha caído 4,2% no ano passado.
Prevê também que o segundo maior produtor de petróleo tenha tido uma dívida pública equivalente a 119,1% do PIB no ano passado, descendo para 100% este ano e 89,6% em 2022.